sábado, 31 de outubro de 2015

Assembleias, bruxas e esperanças (31/10/2015)



Olá, como estão?


Hoje está a ter lugar a XX Assembleia Geral da APAHE – Associação Portuguesa de Ataxias Hereditárias (http://www.apahe.pt.vu), em Vila Franca de Xira.
Mas, para mal dos meus pecados, não vou posso ir.
Tenho tantas dores nos ombros, que fico sem força nos braços. E sem força, não consigo entrar num carro. Até os oiço a fazer CRAC-CRAC-CRAC (e acreditem-me quando vos digo: o som é de arrepiar)…
Eu estou melhor da tosse, isso estou, mas estes ombros…
Eu realmente queria ir, mas assim não posso, pois não posso forçar os ombros: na próxima Segunda-feira, 02/11/2015, Dia de Finados e após um interregno de aproximadamente 3 semanas, quero ver se recomeço com as minhas sessões de fisioterapia.
E para isso preciso mesmo de conseguir entrar no carro – de costas ou de barriga…
Olhando para mim, ninguém diria que se sinto assim tão mal, mas a verdade é que eu sempre fui assim.
Lembro-me de que há uns anos tive um problema nos rins e que só foi descoberto numas análises de rotina, pois não tinha sintomas.
Eu posso parecer muito bem e estar muito mal.


Hoje é dia 31 de Outubro.
Para mal dos meus pecados e suprema irritação, muitos (e infelizmente, parece que cada vez mais…) andam a adoptar um costume que não é nosso: o Halloween, Dia das Bruxas.
O Dia das Bruxas (Halloween é o nome original na língua inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre principalmente em países de língua inglesa, mas com especial relevância nos Estados UnidosCanadáIrlanda e Reino Unido, tendo como origem as celebrações dos antigos povos Celtas.
O primeiro registro do termo "Halloween" é de cerca de 1745. Derivou da contracção do termo escocês "Hallo-Hellu" (véspera do Dia de Todos os Santos) que era a noite das bruxas. No Cristianismo existe o costume de celebração das chamadas Vésperas. No último serviço religioso do dia, depois do anoitecer, celebra-se o dia que está por vir. Na Antiga Religião celta existia o Samhain, a Festa dos Mortos (no Cristianismo é celebrado dia 2 de novembro).Com a Cristianização das Ilhas Britânicas, de maioria Celta, houve uma mistura dos costumes das 2 religiões.
Posto que, entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome atual da festa: Hallow Evening Hallowe'en Halloween. Rapidamente se conclui que o termo Dia das bruxas não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.
Outra hipótese é que a Igreja Católica ao eliminar o dia de Martinho Lutero, que foi o fundador da igreja protestante, disse que a salvação é pela graça e não pela obra (indulgencias). Este dia seria conhecido nos países de língua inglesa como Day of Martin Luther.
Essa designação perpetuou-se e a comemoração do Halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses no século XIX, ficou assim conhecida como "dia das bruxas", uma lenda histórica
A origem do Halloween traz às tradições dos povos que habitaram a Gália e as ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcas das diferenças em relação às atuais abóboras ou da muita famosa frase "doces ou travessuras", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o Halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão").
A celebração do Halloween tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando:
A origem pagã do "dia das bruxas" tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos e à deusa YuuByeol (símbolo antigo da perfeição celta). A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou unindo a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhan eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de outono e o solstício de inverno, no hemisfério norte). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam ao ano novo celta. A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para os cristãos seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. As festas eram presididas pelos sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.
Desde o século IV a Igreja da Síria consagrava um dia para festejar "Todos os Mártires". Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV († 615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão) num templo cristão e o dedicou a "Todos os Santos", a todos os que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas o Papa Gregório III († 741) mudou a data para 1 de novembro, que era o dia da dedicação da capela de Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840, o Papa Gregório IV ordenou que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas All Hallowed Evee "All Hallow Een" até chegar à palavra atual "Halloween".
Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os Santos.
Entre os elementos acrescidos, temos por exemplo o costume dos "disfarces", muito possivelmente nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a Europa foi flagelada pela Peste Negra e a peste bubônica dizimou perto da metade da população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e preocupação com a morte. Multiplicaram se as Missas na festa dos Fiéis Defuntos e nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua própria mortalidade, algumas dessas representações eram conhecidas como danças da morte ou danças macabras.
Alguns fiéis, dotados de um espírito mais burlesco, costumavam adornar na véspera da festa de finados as paredes dos cemitérios com imagens do diabo puxando uma fila de pessoas para a tumba: papas, reis, damas, cavaleiros, monges, camponeses, leprosos, etc. (afinal, a morte não respeita ninguém). Também eram feitas representações cênicas, com pessoas disfarçadas de personalidades famosas e personificando inclusive a morte, à qual todos deveriam chegar.
Na Idade Média, um costume do Dia de Finados era o souling (de "soul", alma), em que crianças iam pedindo pelas portas um bolo, o "bolo das almas", em troca do qual fazia uma oração pelos familiares falecidos de quem lhes dava o bolo . Essa tradição poderá ter evoluído para a tradição de pedir um doce, sob ameaça de fazer uma travessura (trick or treat, "doce ou travessura"), que teve possivelmente origem na Inglaterra, no período da perseguição protestante contra os católicos (1500-1700). Nesse período, os católicos ingleses foram privados dos seus direitos legais e não podiam exercer nenhum cargo público. Além disso, foram lhes infligidas multas, altos impostos e até mesmo a prisão. Celebrar a missa era passível da pena capital e centenas de sacerdotes foram martirizados. Produto dessa perseguição foi a tentativa de atentado contra o rei protestante Jorge I. O plano, conhecido como Gunpowder Plot ("Conspiração da pólvora"), era fazer explodir o Parlamento, matando o rei, e assim dar início a um levante dos católicos oprimidos. A trama foi descoberta em 5 de novembro de 1605, quando um católico converso chamado Guy Fawkes foi apanhado guardando pólvora na sua casa, tendo sido enforcado logo em seguida. Em pouco tempo a data converteu se numa grande festa na Inglaterra (que perdura até hoje): muitos protestantes a celebravam usando máscaras e visitando as casas dos católicos para exigir deles cerveja e pastéis, dizendo-lhes: trick or treat (doce ou travessuras). Mais tarde, a comemoração do dia de Guy Fawkes chegou à América trazida pelos primeiros colonos, que a transferiram para o dia 31 de outubro, unindo a com a festa do Halloween, que havia sido introduzida no país pelos imigrantes irlandeses. Vemos, portanto, que a atual festa do Halloween é produto da mescla de muitas tradições, trazidas pelos colonos no século XVIII para os Estados Unidos e ali integradas de modo peculiar na sua cultura. Muitas delas já foram esquecidas na Europa, onde hoje, por colonização cultural dos Estados Unidos, aparece o Halloween enquanto desaparecem as tradições locais.
E eu até tenho um grande amigo que, carinhosamente, me chama de “bruxinha”.
E também coleciono figuras de bruxas e bruxinhas.
Mas… pronto!, não gosto do Dia das Bruxas.


E ontem o novo governo tomou posse, o XX Governo Constitucional.
Mas parece que este é um governo a prazo, com os dias contados.
Mas há uma coisa que suscita curiosidade: vocês sabem como o Cavaco anda sempre a invocar o “superior interesse nacional”?
Pois bem, imagem que o governo cai. Estão a ver o Cavaco convidar o António Costa para formar governo?
Pois, eu também não.
Sendo assim, o que acontece depois? Um governo de gestão? Mas isso não vai ser mau para o país? E sendo assim, onde fica o “superior interesse nacional”?
Mas não vamos fazer futurologia.
Vamos esperar para ver.


E ouviram falar do novo regime para a atribuição da pensão por invalidez (http://observador.pt/2015/10/27/pensao-invalidez-so-for-dependente-terceiros-tiver-esperanca-vida-tres-anos-vida/)?
É caso para se começar a falar, em vez de “esperança de vida”, em “esperança de morte”.


Por hoje é tudo.
Até à próxima.


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