Olá, como estão?
Hoje vou matar dois coelhos
com uma cajadada só: falar do que se passou no mês de Maio, de três eventos/acontecimentos,
ao mesmo tempo que falo de escolhas.
E vou começar pelo fim, ou
seja, a votação no parlamento para liberalização da eutanásia.
Nenhum projecto-lei (foram 4
apresentados a votação) foi aprovado, como é do conhecimento geral. O que ficou
evidente foi a profunda divisão, quer na sociedade civil, quer no parlamento,
sobre a matéria.
Eu, estou a ser muito
sincera, juro que não percebo a razão: eu respeito quem é contra, mas o que
aqui está em causa é, tão somente, a liberdade de escolha, o poder escolher –
pelo menos, na minha perspectiva.
Uma pessoa pode ser contra e
isso é perfeitamente legítimo, mas uma coisa é ter essa opinião, mas outra
completamente diferente é sentir-se no direito de sujeitar qualquer um a essa
opinião, independente da vontade do próprio e do que em que acredita. Sem qualquer
tipo de consideração pelos outros. Isso é, desculpem a minha sinceridade, muito
puro e simplesmente ditatorial. Até fascista.
Eu sou a favor: não só da
liberalização, como da própria eutanásia.
E a mim a questão toca-me
mais de perto, pois padeço de doença neurodegenerativa e quero poder escolher.
Não estou a dizer que vou seguir essa via, mas vou querer ter essa liberdade,
esse poder de escolha.
Àquelas pessoas que parecem
ficar muito escandalizadas com a minha opinião e que logo se apressam a vir com
os lugares-comuns do costume (“Não desistas”, “A ciência está sempre a avançar”,
“Acredita que vão descobrir uma cura”), a minha primeira vontade é dar-lhes um
valente par de sopapos. Porque se realmente gostam de mim e se preocupam comigo,
têm que se tentar pôr no meu lugar, por mais difícil que isso possa ser e
tentar aceitar esta minha posição.
Então aquela de “A ciência
está sempre a avançar”, dá-me vontade de rir. Mesmo. Porque ao que julgo saber,
entre uma qualquer descoberta em laboratório e a chegada do medicamento ao
consumidor, vai, mais coisa menos coisa, cerca de 10 anos. E de nada vale a
pena tapar o sol com a peneira. Ou estar com paninhos quentes.
Já agora, uma pequena
pergunta a todos aqueles médicos que dizem estar a ir contra a sua consciência,
ao proporcionar a morte: e ao proporcionarem o prolongamento da vida, ainda que
isso só represente mais sofrimento, já está de acordo com a vossa consciência?
RESSALVA: O juramento também
deveria falar na qualidade de via do doente e não apenas na sua saúde e
bem-estar.
QUESTÃO: Quando a vontade do
doente entra em conflito com a consciência do médico, o que é que conta? E o
que deve contar?
O segundo
evento/acontecimento foi o casamento do príncipe Harry com a ex-actriz norte-americana
Meghan Markle,
Já muita tinta correu e vai
continuar a correr sobre esta união.
No que me toca, desejo-lhes
a maior das felicidades: escolheram-se um ao outro e mais ninguém tem nada a
ver isso.
Quanto ao casamento em si,
achei-o bonito, mas foi só. Apesar de o achar comovente, como todos os
verdadeiros casamentos devem ser, não o achei mais nada por aí além: não ao
ponto de ficar embevecida. Pela televisão, o ambiente não me contagiou.
Do vestido da noiva, gostei.
Aliás, é assim que eu gosto dos vestidos de noiva: simples.
Por último, o Festival da
Eurovisão.
Eu não vi tudo, mas do pouco
que vi, acho que foi esta a esta a classificação dos 5 primeiros:
1.º Israel
2.º Chipre
3.º Áustria
4.º Alemanha
5.º Itália
Já muito se falou da canção
vencedora, mais mal do que bem. Eu já ouvi a canção de Israel e sinceramente
não sei a razão de tanto falatório: é certo que é uma canção diferente,
vanguardista. Mas também a associo ao movimento #MeToo, à luta contra o assédio
sexual e à afirmação da mulher. Se calhar, sou a única a fazer esta associação.
Mas também vos digo: mil
vezes a canção de Israel, à canção do Chipre. Ao ver a actuação do Chipre, sabe
Deus porquê, só me lembrava da Beyoncé, nomeadamente do vídeo “Single ladies”.
Quanto à minha favorita, foi
a canção da Itália.
Por hoje é tudo.
Até uma próxima
oportunidade.