Olá,
como estão?
O
campeonato teve 10 jornadas e em cada jornada havia um desafio, que era
avaliado por um júri de 3 elementos (Pedro Chagas Freitas, Sara Câmara Leme e
Rui Miguel Mendonça), com notas de 0 a 20.
A
minha nota mais baixa foi um 12 e a mais alta um 15.
Terminei
o campeonato em 31.º lugar, entre 72 participantes inscritos.
A
seguir, transcrevo o meu percurso nesse mesmo campeonato.
27.º
Campeonato Nacional de Escrita Criativa
(10
jornadas)
1.ª
Jornada
TEXTO:
Escrevo
isto para ti.
Acho
que se pode chamar a isto uma carta.
Portanto,
escrevo-te uma carta, esta carta.
A
minha primeira carta.
De
amor, bem entendido.
Podia
muito bem te ter enviado um e-mail, mas não. Por duas razões: primeira, porque
faço questão de te escrever pessoalmente, pelo meu próprio punho – assim sempre
tens um pedaço meu, de mim; segunda - e esta é uma razão bem mais prosaica -,
porque não tenho o teu e-mail.
Sabes,
gostava de ser uma mosca (ou mosquito... ou coisa que o valha...), só para ver
a tua reacção ao leres estas folhas soltas rabiscadas à pressa: estou mesmo a
ver, depois da surpresa inicial, quase que aposto que dirás algo como “Mas que
raio de brincadeira é esta?!” e “Esta gaja está completamente passadinha dos
carretos”.
A
tua mais que provável reacção, deixa-me que te diga, até tem alguma razão de
ser.
É
que eu não te conheço.
Ou melhor, nunca te fui apresentada. Ou me
apresentei.
Porque conhecer, eu até te conheço.
Provavelmente, e perdoa a imodéstia, melhor que ninguém, Se calhar, conheço-te melhor
que tu.
Não acreditas?
Para começar, vejo-te todos os dias.
Mas não, não te vou dizer onde: isso tornaria
tudo demasiado fácil.
Mas vejo, sim. Todos os dias.
À conta disso, até já sei o teu nome: Vasco.
E quando digo que te conheço, estou a falar a sério.
Mas mais do que te conhecer, adivinho-te, sinto-te.
Já chamei a esta carta, uma carta de amor.
Mas não.
Enganei-me e permite-me aqui emendar o meu
erro: esta não é uma carta de amor, é antes uma carta... de qualquer coisa
ainda sem nome. Qualquer coisa profunda, que morde e arranha os cantos mais
escuros e escondidos da alma e do ser.
Mas seja como for.
Primeiro que tudo e antes de mais nada,
quero-te dizer olá.
Eu sou a Elisa.
Muito prazer.
Pontuação da 1.ª jornada: 45 pontos
Classificação geral após 1.ª jornada: 4.º
lugar
2.ª
Jornada
TEXTO:
Ao
ver aquele livro, com aquele título, naquela montra daquela velha livraria,
Silvana acedeu com a cabeça num gesto de concordância: sim, era verdade.
Mas
aquele título dizia-lhe ainda mais, falava com ela, atraía.
Despertava
algo dentro dela.
Impelida
pela curiosidade, Silvana deu pelos seus passos a serem guiados, sabe-se lá por
que força invisível e impalpável, em direcção àquele livro.
Sem
saber como nem porquê, Silvana deu por si a agarrá-lo, a cheirá-lo, a
folheá-lo.
E
a atenção de Silvana ficou irremediavelmente presa pelo curto dialogo no início
do livro.
“Acabou.”
“Sim.
Mas o que mais custa ainda está por vir.”
“Como?!...
O que mais custa ainda está por vir?”
“Sim.”
“E
o que pode haver de mais custoso do que acabar?”
“Continuar.”
Alegre
e voluntariamente, Silvana capitulou.
O
livro, aquele livro, tinha-a conquistado.
Sem
apelo. Nem agravo.
Pontuação da 2.ª jornada: 41 pontos
Classificação geral após 2.ª jornada: 9.º
lugar
3.ª
Jornada
TEXTO:
Rui
não o era, mas era como se o fosse, pois era assim que se sentia.
Cego,
total e completamente cego.
Pior
que isso, Rui sentia-se enganado.
Mas
o que era mesmo pior, é que Rui se sentia enganado... de forma voluntária, à
falta de melhor palavra.
É
que ele não se tinha limitado a não ver; não, ele tinha escolhido não ver.
E
a plena consciência desse facto entristecia-o e enfurecia-o, a um só tempo.
Como
é que ele podia ter sido tão, tão... obtuso? Tão, tão... tosco? Tão, tão...
idiota?
Numa
palavra, estúpido até mais não?
É
que, olhando para trás, os sinais estavam todos lá: e até que nem eram
propriamente subtis: antes pelo contrário, até que eram bem óbvios.
Só
não via, quem não queria.
E
ele não quis, escolheu não querer.
Rui
lembrou-se do ditado: “em terra de cegos, quem tem olho é rei”.
Pois...
Só
se fosse da mula russa, ele suspirou fundo.
Agora,
mais do que outra coisa, Rui sentia-se afogar na indignação. Mas com ele.
Aquela indignação acompanhada de irritação era, acima de tudo e principalmente,
dirigida a ele mesmo.
Quanto
mais pensava nisso, mais Rui se sentia... invadir por uma miríade de
sentimentos.
Lentamente
ao princípio, mas num contínuo crescendo, ele sentia-se ir sendo... acossado
(seria?!...) por vagas tumultuosas num autêntico turbilhão, qual marinheiro
perdido numa noite de tempestade.
Toda
aquela fúria, mágoa, raiva, dor, tristeza, irritação, confusão, Rui sabia lá
mais o quê, não era saudável e ele sabia-o.
Sabia
também que, de alguma forma, tinha de arrancar aquilo de dentro de si.
E
Rui fê-lo, da maneira que melhor sabia.
Sentou-se
com uma folha de papel à frente e uma caneta na mão.
Pontuação da 3.ª jornada: 40 pontos
Classificação geral após 3.ª jornada: 15.º
lugar
4.ª
Jornada
TEXTO
Se
não fosse a tua teimosia, melhor dizendo, a tua, a tua... casmurrice, a tua
desmesurada casmurrice, não estaríamos aqui, não é verdade?
Aqui,
neste ponto morto, sem andar nem para trás nem para frente.
Estaríamos
noutro ponto bem diferente, imensamente vivo e amplamente vibrante.
Mas
não, estamos aqui...
E
foste tu que nos trouxeste.
Não,
não... desculpa, estou a ser injusta.
Tu
não nos trouxeste aqui, NÓS trouxemo-nos aqui.
Aqui,
a este ponto de não retorno.
…
Tantas
e tantas vezes me sinto... aprisionada?... sufocada?... encurralada?...
Provavelmente
isso tudo e ainda mais.
E
tantas e tantas vezes me sinto... como dizer?... ignorada, percebes?...
Invisível. Como se não estivesse aqui. Pior ainda, como se estar ou não estar
fosse exactamente a mesma coisa.
Como
um verbo-de-encher.
Contigo,
sinto que se deve estar a passar a mesma coisa.
Também
tu te deves estar a sentir agrilhoado a um turbilhão de inúmeras coisas,
pequenas e grandes, palpáveis e impalpáveis, um turbilhão imenso que teima em
te arrastar, envolver e sufocar.
…
Como é que chegámos aqui?
Melhor dizendo, como é
que nos deixámos chegar aqui?
…
Aqui,
a este ponto onde estamos.
A
esta apatia sem fim, contagiando-nos.
A
esta indiferença total, moldando-nos.
A
este ritmo prostrado, acomodando-nos.
E
aonde parece que nos vai faltando a... vontade?... força?... para querer sair.
E
eu sei que queremos sair, eu e tu.
Só
não sei é como...
E
tu?
Pontuação da 4.ª jornada: 40 pontos
Classificação geral após 4.ª jornada: 24.º
lugar
5.ª
Jornada
TEXTO
Já
está, está feito.
Morreste.
Morreste,
meu amor e fui eu que te matei.
E
agora, com o teu corpo ainda morno à minha frente, quieto e silencioso, inerte
e impassível, escrevo-te esta carta.
Creio
que lhe podes chamar uma carta de amor.
Uma
carta que nunca vais ler. Porque morreste. Às minhas mãos.
Patético,
não é? Patético e ridículo.
Escrever-te
uma carta agora, logo a seguir a te ter matado.
Ainda
ontem vimo-nos pela 1.ª vez. E foi mágico. Pelo menos, para mim.
Acreditas
em amor à primeira vista? Eu não, nunca acreditei – acredito em muita coisa à
primeira vista, mas não em amor.
No
entanto, naquele momento alguma coisa aconteceu.
E
soube que te amava.
E
também soube que tinha de te matar.
Não
sabia como, não sabia quando, nem sequer sabia aonde, mas sabia que tinhas de
morrer. E que tinha de ser eu a pôr um fim à tua vida.
Irónico,
não é?
Como
te amava, tinha de te matar.
E
matei.
Os
pormenores não interessam.
Apenas
isto interessa: amei-te. Profunda e ferozmente. E matei-te. Firma e
seguramente.
Sei
que acharias esta carta oca e vazia, desprovida de profundidade. A isso, digo:
talvez...
Creio
que poderia falar da electricidade que me atravessou, quando te vi. Ou dos teus
olhos escuros, lagos escuros imensos. Ou ainda do som da tua voz, melodia
maviosa.
Podia
ainda falar de como te matei, de como senti a tua vida a esvair-se de ti, de
como separei o teu corpo da tua alma.
Mas
nada disso interessa. São apenas banalidades.
Apenas
interessa o que sinto, o que teima em transbordar do fundo de mim.
E
antes que insistas no ridículo desta carta, responde-me só a uma pergunta: não
foi Álvaro de Campos que escreveu que “Todas as cartas de amor são ridículas”?
Pontuação da 5.ª jornada: 39 pontos
Classificação geral após 5.ª jornada: 31.º
lugar
6.ª
Jornada
TEXTO
E
eis que desaparecemos. Sem deixar qualquer rasto. Sem saber como nem porquê.
Simplesmente, desaparecemos.
Num
momento, naquele momento, existíamos: eramos dois, tu e eu. Mas depois, já não:
isso tinha acabado.
“Foi
um ar que nos deu”, dirias num ar de troça.
Foi
de repente. Ou melhor dizendo, para o observador mais desatento pode parecer
que foi de repente, mas tu e eu sabemos melhor. Ou saberíamos, porque nós já
não existimos: desaparecemos.
Tu
e eu... Antes de desaparecermos, não éramos apenas dois: eramos duas metades
fundidas num todo. Dois seres simbióticos, que não podiam existir um sem o
outro.
Pelo
menos, era o que eu pensava. E sentia.
Mas
lenta, muito lentamente, comecei a aperceber-me que contigo as coisas poderiam
já não ser bem assim, que algo tinha mudado, algo que eu não podia entender nem
apontar. Algo impalpável. Algo que teimava em me ultrapassar.
Porque,
para mim, nada tinha mudado: o meu coração ainda batia forte no teu peito.
Mas,
como as marés que sobem e descem, também nós, depois de subir, começámos a
descer. Primeiro devagar, tão devagar, que praticamente ninguém se apercebeu.
Depois, mais depressa, cada vez mais depressa. Assim como naquelas peças
musicais, em crescendo.
Cada
vez mais me apercebia que a nossa simbiose, até então tão una, tinha sido
irremediavelmente alterada, Comecei a sentir o teu afastamento, a adivinhar a
tua vontade de ir e não voltar.
Aqueles
nós que conhecia e amava, ia desaparecer.
E
desapareceu.
Foi
o tal ar que nos deu.
Pontuação da 6.ª jornada: 40 pontos
Classificação geral após 6.ª jornada: 32.º
lugar
7.ª
Jornada
TEXTO
Há
20 anos que não te vejo. E nem te sei dizer a razão desta separação. Afinal, és
o meu pai. Nunca me maltrataste, física ou psicologicamente. Na verdade, se há
palavra para descrever a minha infância, é normal. Normal e feliz. Ainda me
lembro das brincadeiras e aventuras com os meus amigos, assim como dos nossos
passeios, verdadeiras explorações, a pé e de bicicleta.
No
entanto, mal tive idade para ser chamado de gente, fugi. Não de ti, mas fugi.
Não
fugi de ti, mas antes do que tu representavas, percebes? Consegues perceber?
Mesmo?
Fugi
do contentar-me e adaptar-me. Fugi do assentar. Fugi porque não queria criar
raízes que me podiam impedir de voar. E voei.
Voei
até muito alto.
E
vi muitas coisas, algumas mesmo de espantar.
Agora,
voltei. Quis voltar.
Quis
voltar aonde comecei.
Quis
voltar para te dizer o que ainda não te disse e sempre quis dizer: Pai, gosto
muito de ti.
Pontuação da 7.ª jornada: 39 pontos
Classificação geral após 7.ª jornada: 33.º
lugar
8.ª
Jornada
TEXTO
“Raios
te abrasassem...”, Ri-me nervosamente, rolei os olhos e finalmente rugi
raivosamente, tudo mentalmente. Repto mais... mais ridículo e mais... mais
retorcido: redigir um texto com não mais de 300 palavras, em que todas as
frases comecem pela letra “R”.
Resignada,
pego numa resma de revistas, à procura de qualquer resquício de inspiração.
Resisto
à sublime tentação de, muito pura e simplesmente, desistir e resoluta, ponho
rum num copo, ainda e sempre à procura da tão remota e reservada inspiração.
Recuo,
roída de ralação, perante o copo de
rum na minha mão. Recuso-me a ficar ébria e de ressaca.
Resmungo
e continuo à procura de uma resposta para encontrar o respectivo ritmo.
Rabisco
umas palavras, um qualquer rascunho de uma qualquer rapsódia de letras.
Revolvo
a minha memória, em busca de mais revelações.
Respingo
revoltada comigo mesmo: raspo, rasgo e retalho o meu vocabulário, no rasto de
mais palavras.
Regalo-me
com a revelação de um autêntico repasto: romã, rúcula, rabanete, ruibarbo,
raia, robalo... tudo reunido num bom refogado.
Refugiu-me
dentro de mim e riscando e arranhando ainda mais fundo, também me surgem:
romântico, república, relógio, ravina, rico, rigor, rua, rio, roda...
Repentinamente,
dou-me contas dos já muitos remates certeiros.
Realmente, há por aqui muitos “R”.
Ritual
de respeito, tenho de confessar. Resolução difícil, tenho de o reconhecer,
mas...
Recado
resolvido, repto respondido, ressalva riscada!!!
Pontuação da 8.ª jornada: 40 pontos
Classificação geral após 8.ª jornada: 35.º
lugar
9.ª
Jornada
TEXTO
Vertigem.
Respirar fundo. E esperar.
Esperar pelo apito, pelo maldito apito. Para
tudo começar. Outra vez.
Os pontapés, a dor que de tão insuportável se
tornava praticamente inexistente, perfeitamente olvidável e completamente
ultrapassável. E se das primeiras vezes que aquilo lhe tinha acontecido, ainda
se tenha perguntado porquê, agora já não fazia isso: já sabia melhor.
Todas as semanas ela experimentava a mesma...
mesma... selvajaria, verdadeira brutalidade, autêntica tortura e desmedida
agonia.
E no entanto, ela sentia-se algo parecido com
feliz, completa e realizada: é que assim, não obstante as mazelas, havia um
propósito, um intuito e uma finalidade.
Ela era precisa.
E também amada. Sim, ela sentia-se amada, pois
ela bem sentia a imensa satisfação das pessoas e ouvia os gritos de deleite e
prazer, suprema alegria.
É claro que também ouvia alguns impropérios e
injúrias, mas já lhe tinham explicado que nada daquilo lhe era dirigido, mas
sim aos outros intervenientes.
Quem lhe tinha explicado foi uma velha
veterana daquelas andanças, ainda antes da primeira vez dela, quando se
apercebeu de que ela era caloira, a estrear.
Mas mesmo com aquelas explicações todas, nada
a podia preparar para o primeiro embate, o primeiro pontapé. E como ela era
redonda, a dor, aquela dor agonizante, parecia que rodava dentro dela,
atingindo-a em toda a sua plenitude.
Agora, já sabia o objectivo final daquilo,
aquele jogo a que chamavam futebol, verdadeiro rastilho de paixões: metê-la a
ela, bola, com os pés ou com a cabeça, dentro daquela coisa rectangular e
rodeada de redes, com um homem a guardá-la, por vezes a fazer figuras muito
tristes.
O que nem sempre acontecia.
Não obstante as inúmeras e frenéticas
tentativas.
Na verdade, ela quase que sentia pena dos
jogadores; mesmo apesar dos pontapés, a empatia era inevitável. Era como se
ela, a bola, e eles, os jogadores, fossem um só. Pelo menos, durante o tempo do
jogo.
Que estava mesmo a começar.
O árbitro ia apitar e novamente ela sentiu uma
vertigem.
Pontuação da 9.ª jornada: 40 pontos
Classificação geral após 9.ª jornada: 34.º
lugar
10.ª
Jornada
TEXTO
Olá.
Não
faças essa cara de espanto...
Não,
não me enganei: esta carta é mesmo para ti. Sabes bem que a oralidade nunca foi
o meu forte e que eu sempre me exprimi muito melhor por escrito. Nunca fui
muito de palavras ditas – sempre preferi as escritas.
Por
isso esta carta.
Pode
ser que assim chegue melhor a ti; pode ser que assim o tiro seja mais certeiro,
mais directo.
E
porque é que eu te quero atingir, perguntas.
Mas,
verdade seja dita, eu não sei porque perguntas.
Porque
tu sabes, sabes até muito bem.
Com
o que eu te quero atingir, é com um pedido. Aliás, é mais que um pedido. É
praticamente uma exigência. Na verdade, um ultimato.
Então,
cá vai disto:
Por
favor, luta. Luta e continua a lutar. Não desistas nunca. Para ser mais
precisa, proíbo-te.
E
ainda tens a lata de me perguntar do que é que te proíbo de desistir?
Hom’essa,
da vida, pois então!
Não,
que disparate, eu sei que nunca pensas-te (pelo menos, até agora... e livra-te
de pensar nisso no futuro, porque senão aí é que vamos mesmo ter o caldo
entornado) em pôr termo à vida.
Mas
também sei que já pensaste em desistir.
Assim,
sem mais nada. Muito pura e simplesmente, desistir. Ficar completamente apática
e indiferente a tudo o que te rodeia, incluindo a ti.
Eu
sei que a tua vida não é fácil: estás numa cadeira de rodas, como consequência
de teres uma doença rara, incurável e progressiva. Uma doença da qual nunca
tinhas ouvido falar, até a mesma te ter atingido com uma força incontrolável
que não podia ser domesticada.
Sei
ainda que te sentes constantemente uma pária, uma aberração, algo que mais
valia não existir nem ser, muito menos sentir e pensar. E nunca saber.
Porque
tu já sabes.
Por
isso, novamente te peço: não vás. Nem desistas. Fica e luta.
Pontuação da 10.ª jornada: 41 pontos
Classificação geral após 10.ª jornada: 31.º
lugar
Apesar
de autorizada a divulgar os meus textos e respectivas pontuações, não fui
autorizada a divulgar os desafios, um por cada jornada.
Tentei
sempre, o melhor que podia e sabia, responder aos desafios, mas tentando sempre
e acima de tudo, manter-me fiel a mim mesma e ao meu estilo:
Pelo
feedback que recebi, deduzi que os
meus textos eram bons, de qualidade, singulares e com muita alma. Mas aos quais
faltava sempre qualquer coisa: ora acção, ora densidade, ora
profundidade….Enfim… Já lá dizia o outro: não se pode agradar a gregos e a
troianos, não é verdade?... E a vida é mesmo uma constante e contínua
aprendizagem: nada como viver para aprender. E eu ADORO aprender – não sei é
ensinar, mas isso já é outra história…
E
por hoje fico por aqui.
Até
uma próxima oportunidade.