sábado, 11 de abril de 2015

Cestas com farnel (11/04/2015)



Como estão?


Hoje, vá-se lá saber como e porquê, comecei a lembrar-me de almoços nos pinhais, à beira da estrada.
E de parques de merendas.
Talvez seja por causa dos raios de sol que espreito pela janela e aquelas lembranças de piqueniques passados que me assaltam...

A primeira coisa que vem à cabeça é o arroz de coelho da minha mãe, num tacho encarnado de cerâmica, envolto em papel de jornal.
Quando eu era pequenita, nos Domingos que íamos para a praia (Foz do Arelho, Baleal ou até mesmo Nazaré), era sempre este o nosso almoço.
Procurávamos um pinhal e era lá que almoçávamos. 
Nós e muitos – na altura, ainda não se ia a restaurantes. Não só não havia dinheiro, como ainda não havia as questões que hoje há com a segurança.
Também me lembro de, quando íamos para a Foz do Arelho, parar nas Caldas da Rainha para beber um galão, pois saiamos de casa muito cedo.

Quanto a parques de merendas, há 3 que guardo na memória.
O primeiro fica perto da praia de São Pedro de Moel.
Fui lá almoçar numa excursão, andava eu na então Escola Primária e deveria ter à volta de uns 8 anos.
Lembro-me que adorei o parque.
Infelizmente, nunca mais encontrei o tal parque.
Já lá voltei variadíssimas vezes, mas nada.
Até parece que esse parque se evaporou.
E nem posso dizer que esse parque foi fruto da minha imaginação, pois a minha mãe estava comigo e também ela procurou esse parque.
Infrutiferamente.

O segundo fica perto de Castelo Branco. Pelo menos, é esta a minha memória.
Devia ter uns 11/12 anos e lembro-me que nesse dia chuviscava. 
Tanto, que tivemos que almoçar à pressa.

Finalmente o terceiro e, para mim, o melhor parque de merendas que encontrei.
O Covão da Ametade.
Para quem não conhece, fica perto de Manteigas, na Serra da Estrela. Em pleno vale glaciar do Zêzere. 
Li há pouco tempo o que eu considero ser uma das melhores e mais felizes descrições da Ametade: que parece um bosque encantado da Disney.
E parece mesmo.
Mas atenção: se pensam lá ir, é melhor ir cedo.
Para melhor ilustrar o que eu estou a dizer, deixe-me contar-vos uma história:
No dia 25/03/1995, dia do meu 25.º aniversário (dia em que “casei” os anos), eu e a minha família fomos passear à Serra da Estrela. Fomos almoçar a Manteigas. Mas como era ainda muito cedo, fomos ao restaurante marcar o almoço e depois, como tínhamos tempo, fomos ao Covão da Ametade. Era cedo e tínhamos o parque quase só para nós. Eu sentei-me, a ocupar uma das mesas, enquanto observava e absorvia. Eis quando chega um autocarro, com pessoas para almoçar. Primeiro saíram os mais jovens, que correram desenfreadamente para as mesas, para marcar lugar. E só depois, com mais calma, é que ia o resto do pessoal, com o almoço. Quando eu me apercebi que estava a ocupar uma mesa, levantei-me. Mas a mesa foi logo ocupada.
Portanto, já sabem: se lá quiserem ir, o melhor é ir bem cedo, para evitar chatices.


E é nesta nota que me despeço.
Até uma próxima oportunidade.



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