segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

26-01-2015




Olá, como estão?


Fez ontem precisamente 30 anos.
Como o tempo passa…
Parece mesmo que foi ontem.

Dia: 25 de Janeiro de 1985, Sexta-feira
Local: Escola Secundária do Cartaxo
Período: tarde (16h00, aproximadamente)
Acontecimento: Explosão de gás

Esse foi um dia que ficou gravado dentro de mim a ferro e fogo.

E antes que me perguntem, eu digo: não, eu não estava lá.
Apesar de estudar nessa escola: frequentava o 9.º A, na área de Saúde.
Foi o meu 1.º ano nessa escola.

Comecei os meus estudos no Vale de Santarém, na Escola Primária Aristides Graça.
O ensino preparatório (actuais 5.º e 6.º ano), fi-lo na Escola Preparatória Sá da Bandeira (antigo Colégio Andaluz, actual Instituto Politécnico de Santarém), em Santarém.
Para frequentar o ensino secundário, transitei para a Escola Secundária de Marvila (antiga Escola Comercial, actual Escola Secundária Dr. Ginestal Machado), também em Santarém.
Como, ao transitar para o 9.º ano, tinha que escolher uma área de estudo, escolhi Saúde.
Friso aqui que esta escolha não era definitiva. A escolha da área de estudos só se tornava definitiva ao transitar para o 10.º ano. Ora, como eu já sabia muito bem o que queria (a área de Humanísticas) e como essa área não havia no 9.º ano (só a partir do 10.º ano), escolhi, de entre as áreas possíveis, a que me pareceu mais interessante: Saúde.
Como, na escola onde estudava, não havia essa área, pedi transferência para a Escola Secundária Sá da Bandeira (antigo Liceu Sá da Bandeira), ainda em Santarém.
Mas na altura (em 1984) havia, ironia das ironias, sobrelotação das escolas – alunos a mais para escolas a menos…
Como tal, o meu processo de inscrição foi transferido para outra escola que tinha a área que eu pretendia, perto da minha área de residência.
A Escola Secundária do Cartaxo.
Até que me integrei depressa e bem.
No dia fatídico, estava numa visita de estudo a Mafra e Sintra – mas mesmo que não tivesse, não estaria na escola, pois à Sexta-feira de tarde não tinha aulas. Mas a outra turma que também foi na visita de estudo, o 9.º B igualmente da área de Saúde, estaria a ter aulas na sala imediatamente ao lado da sala onde se deu a explosão.
Durante toda a visita de estudo choveu torrencialmente e ainda hoje me pergunto: saímos todos vivos da experiência, não foi?
A serra de Sintra foi subida, a pé (!), debaixo de uma chuva… diluviana!
Houve quem se metesse por outros atalhos e caminhos e até houve quem se perdesse.
Mas todos, de uma forma ou de outra, regressámos ao autocarro, sãos e salvos.
Já muito depois da hora marcada, chegámos, finalmente, ao Cartaxo – exaustos e molhados, mas felizes por estarmos vivos.
Ainda me lembro dos olhares dos outros alunos presentes na Rodoviária, quando nos viram chegar: um olhar estranho, ausente.
E foi quando soubemos. Aliás, a primeira coisa que nos disseram, foi: “Houve uma explosão na escola e a professora Dália ficou muito mal.”
Não nos souberam dizer mais nada.
Como o autocarro ia para Santarém, pedi ao motorista se me podia deixar no Vale, que ficava em caminho.
Ele assim fez.
Depois de sair do autocarro, quando já estava mesmo a chegar a casa, encontro o meu pai, que já se preparava para ir ao Cartaxo, ver a razão da minha acentuada demora.
“Já soubeste?”, foi tudo o que lhe consegui dizer.
“É claro que já sei.”
Só depois soube da verdadeira dimensão do sucedido. E da razão: uma fuga de gás.
Lembro-me de ter ficado incrédula. E de me recusar a acreditar. Apesar de saber que era verdade.
Passei o fim-de-semana meio anestesiada, a pensar que só podia estar presa num pesadelo.
Só consegui finalmente acreditar quando, na Segunda-feira seguinte, me desloquei à escola e vi polícias a impedirem a entrada. Ninguém soube transmitir informações. Também vi, com os meus próprios olhos, a sala de aulas onde tinha acontecido, pois a sala era visível da rua. A memória que eu tenho da sala é que as paredes estavam cobertas de negrume e as janelas destruídas.
Nos dias imediatamente a seguir, vieram a falecer dois alunos (uma rapariga e um rapaz), em consequência da explosão. Isto, claro está, sem falar daqueles que ficaram marcados para a vida: física e/ou psicologicamente.
Fiquei muito enraivecida com o aproveitamento político da questão, da parte de todos os quadrantes políticos. Com ou sem razão, achei todo aquele circo uma autêntica vergonha, uma verdadeira falta de respeito.
O meu pai, quando soube da explosão, lembrou-se logo que eu não estava na escola. Mas o pai de uma amiga minha que também foi na visita de estudo (era aluna da outra turma), foi logo para a escola. Só depois se lembrou que a filha estava numa visita de estudo.
Uma tia minha, ao saber do sucedido, quis ir logo à minha casa perguntar à minha mãe por mim. Mas teve tanto medo de a minha mãe ainda não saber da explosão, que por várias vezes deu a volta à vizinhança, só para ganhar coragem.
Com a escola encerrada, várias hipóteses foram colocadas, para o resto do ano lectivo. Uma dessas hipóteses consistia em distribuir os alunos pelas escolas secundárias vizinhas, pelo resto do ano lectivo. Outra consistia em a escola permanecer encerrada para reparações e investigações, reiniciando o mesmo ano escolar, no ano a seguir.
Mas, mais ou menos um mês depois da explosão, a escola reabriu. Apenas a área afectada permanecia isolada, sendo só reaberta no ano a seguir.
Ao que julgo saber, somente em 2003 (18 anos depois!) é que a explosão de gás foi considerada um acidente.


E o Syriza ganhou as eleições na Grécia…
É muito bem feito para todos aqueles que diziam que uma vitória do Syriza ia ser mau para o país.
Só porque é contra a austeridade???
Os gregos é que lhes mostraram: no país deles, mandam eles.
E adorei o primeiro acto oficial do novo Primeiro-Ministro: uma homenagem ás vítimas da perseguição nazi.
Para bom entendedor…


Até uma próxima oportunidade.




quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

21-01-2015




Olá,


No seguimento da publicação de 14/01/2015, aqui mesmo neste blogue, informo que ainda não há qualquer previsão para a tradução para português (de Portugal).
Tal deve-se à falta de tradutores voluntários de espanhol para português (de Portugal).
Se achas que podes e queres embarcar nesta aventura, na qualidade de tradutor voluntário de espanhol para português (de Portugal) e ajudar o livro “O legado de Marie Schlau” a tornar-se uma realidade, entra em contato com olegado4@gmail.com.


Até uma próxima oportunidade.

domingo, 18 de janeiro de 2015

18-01-2015

Olá, como estão?


Depois do frio, a chuva.
É Inverno e está tudo dito.


Agora, não se fala de outra coisa: o namoro do Cristiano Ronaldo e da Irina Shayk chegou ao fim.
E daí?, pergunto eu.
Qual é o interesse para a humanidade?
Até parece que nunca nenhum casal acabou o namoro.
Eles acabaram?
Deixá-los terem acabado.
Não foram os primeiros.
Nem vão ser os últimos.


Ainda o Cristiano Ronaldo.
Ao que ouvi dizer (eu não vi), na gala dos 100 anos da Federação Portuguesa de Futebol, o Cristiano Ronaldo foi eleito o melhor futebolista português de sempre.
Com o devido respeito pelo Cristiano Ronaldo, acho essa eleição uma treta.
É a mesma coisa que comparar alhos com bugalhos.
NINGUÉM é o melhor de sempre.
Em coisa nenhuma.
Quando muito, o melhor da sua geração.


Fui agora contactada por uma pessoa com quem já não falava há muito tempo, pois essa pessoa fez algo de que não gostei.
Na altura disse-lhe isso mesmo e afastámo-nos.
Agora, essa pessoa tomou a iniciativa e deu o primeiro passo.
Embora tenha ficado surpreendida, gostei bastante do gesto dessa pessoa.
Quanto à coisa de que não gostei, está ultrapassada.

Não digo perdoada, pois não pratico o perdão.

Eu sei que isto pode parecer horrível, mas para mim perdoar significa esquecer e eu não esqueço.
Não consigo.
Como eu costumo dizer, para algumas coisas consigo ter memória de elefante.
Mas também não guardo rancores, isso não.
É um autêntico desperdício.


E é nesta nota, que me despeço.
Até uma próxima oportunidade.


                        



    

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

14-01-2015





Olá, como estão?


Eu hoje estou aqui para vos falar dum projecto literário internacional do qual tenho o maior orgulho em dizer de que fiz parte: um projecto literário internacional contra a ataxia de Friedreich.

18 autores (Maria Blasco Gamarra; M. Luz González Casas; Diego Plaza González; Imaculada Priego Priego; Maria Pino Brumberg; Eva Plaza González; Pilar Ana Tolosana; Miren Kristina Zarrantz Elizalde; Rámon Roldán Herreruela; Sarah Allen; Nicola Batty, entretanto já falecida; James Wafer, autor da capa; Fátima d’Oliveira; Susan Allen Carter; Jamie Leigh Hansen; Claudia Parada; Marguerite Black; Rebecca Stant).
7 países (Espanha, Reino Unido, Portugal, EUA, México, África do Sul, Austrália).
4 continentes (Europa, América do Norte, África, Oceânia).
3 línguas (espanhol, inglês, português).
1 livro (“O legado de Marie Schlau”).

1 ideia, 1 vontade, 1 objectivo: divulgar a ataxia de Friedreich, uma doença rara, incurável, genética, progressiva e altamente incapacitante e, ao mesmo tempo, angariar fundos para a investigação da doença, na busca dum tratamento e/ou cura.

Esta aventura teve início em 2010, quando a autora Maria Blasco Gamarra entrou em contacto com a associação BabelFAmily (http://www.babelfamily.org), uma organização internacional que luta contra a ataxia de Feidreich, com a ideia de um projecto pioneiro: a escrita de um livro, um romance original, por autores com ligações à ataxia de Friedreich.

E assim começa nascer “O legado de Marie Schlau”.

Finalmente, em 2014, foi publicada a versão impressa do livro em espanhol, “El legado de Marie Schlau”.

De momento, está em preparação a tradução, para posterior publicação, da versão impressa do livro em inglês, “The legacy of Marie Schlau”.

O objectivo é traduzir o livro nos idiomas de todos os autores. Tal só é possível devido ao excepcional trabalho desenvolvido pela dedicada equipa de tradutores, todos em regime de voluntariado, da BabelFAmily.

Algumas entrevistas com alguns dos autores já estão disponíveis em http://www.babelfamily.org/pt/.

É da maior importância frisar veementemente que todas as receitas angariadas com a venda deste livro destinam-se à investigação da ataxia de Friedreich na busca dum tratamento e/ou cura.

Para mais informações, podem contatar a associação BabelFAmily, através do site (http://www.babelfamily.org/pt/ - Contatos).


Aliás, a BabelFAmily está sempre mais e mais necessitada de tradutores voluntários.
Quantos mais, melhor.
A união faz a força.
Se acham que podem contribuir, podem sempre entrar em contacto com a BabelFAmily (http://www.babelfamily.org/pt/ - Contatos).
Acreditem: são sempre bem-vindos.


Até porque a je é a única representante da língua portuguesa neste projecto.
Senão, vejamos:
- língua espanhola – 10 representantes (Espanha – 9, México – 1)
- língua inglesa – 7 representantes (Reino Unido – 3, EUA – 2, África do Sul – 1, Austrália – 1)
- língua portuguesa – 1 representante (Portugal – 1, eu mesma)


E é com esta nota que me despeço.
Até uma próxima oportunidade.




sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

02-01-2015





Olá, como estão?


E cá estamos, no amanhecer de um novo ano, 2015.


Eu já nem me dou ao trabalho de pedir os 12 desejos de ano novo, com as badaladas da meia-noite.
Quer dizer, eu cumpro o ritual: vocês sabem, aquele das 12 passas.
Mas não me dou ao trabalho de pedir 12 coisas diferentes.
Ao invés, só peço uma: ser feliz.
Não importa como.
Mas ser feliz.


Um dia destes dei por mim a pensar em coisas que me comovem, ou mexem comigo, ao ponto de me fazer ir ás lágrimas.
Há algumas que, garanto-vos, nunca falham.
·         A canção “A todos um Bom Natal”, cantada pelo Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras
Sempre que ouço esta canção, é tiro e queda: dou por mim a chorar.
·         Histórias do 25 de Abril de 1974
Basta-me ver um qualquer documentário sobre “A Revolução dos Cravos”, que fico comovida.
·         Explosão de gás na Escola Secundária do Cartaxo*
Esta é uma história que me é mais, vamos lá, pessoal. É que eu estudava nessa escola e, ainda hoje, sempre que alguém fala no assunto, fico assim a modos quem arrepiada, com pele de galinha. Eu não estava na escola, mas ainda hoje a história mexe comigo.

*25 de Janeiro de 1985



E é com votos de que este ano que agora se inicia, 
vá de encontro a todos os vossos desejos, que por agora me despeço.



Até uma próxima oportunidade.