Olá, como estão?
Hoje está a ter lugar a XX
Assembleia Geral da APAHE – Associação Portuguesa de Ataxias Hereditárias (http://www.apahe.pt.vu),
em Vila Franca de Xira.
Mas, para mal dos meus
pecados, não vou posso ir.
Tenho tantas dores nos
ombros, que fico sem força nos braços. E sem força, não consigo entrar num
carro. Até os oiço a fazer CRAC-CRAC-CRAC (e acreditem-me quando vos digo: o
som é de arrepiar)…
Eu estou melhor da tosse,
isso estou, mas estes ombros…
Eu realmente queria ir, mas
assim não posso, pois não posso forçar os ombros: na próxima Segunda-feira,
02/11/2015, Dia de Finados e após um interregno de aproximadamente 3 semanas,
quero ver se recomeço com as minhas sessões de fisioterapia.
E para isso preciso mesmo de
conseguir entrar no carro – de costas ou de barriga…
Olhando para mim, ninguém
diria que se sinto assim tão mal, mas a verdade é que eu sempre fui assim.
Lembro-me de que há uns anos
tive um problema nos rins e que só foi descoberto numas análises de rotina,
pois não tinha sintomas.
Eu posso parecer muito bem e
estar muito mal.
Hoje é dia 31 de Outubro.
Para mal dos meus pecados e
suprema irritação, muitos (e infelizmente, parece que cada vez mais…) andam a
adoptar um costume que não é nosso: o Halloween, Dia das Bruxas.
O Dia das
Bruxas (Halloween é o nome original na língua
inglesa) é um evento tradicional e cultural, que ocorre
principalmente em países de língua
inglesa, mas com especial relevância nos Estados
Unidos, Canadá, Irlanda e Reino
Unido, tendo como origem as celebrações dos antigos povos Celtas.
O primeiro registro do termo
"Halloween" é de cerca de 1745. Derivou da contracção do termo escocês
"Hallo-Hellu" (véspera do Dia de Todos os Santos) que era a noite das
bruxas. No Cristianismo existe o costume de celebração das chamadas
Vésperas. No último serviço religioso do dia, depois do anoitecer, celebra-se o
dia que está por vir. Na Antiga Religião celta existia o Samhain, a Festa dos
Mortos (no Cristianismo é celebrado dia 2 de novembro).Com a Cristianização das
Ilhas Britânicas, de maioria Celta, houve uma mistura dos costumes das 2
religiões.
Posto que, entre o pôr-do-sol
do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening,
em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome atual da
festa: Hallow Evening Hallowe'en Halloween. Rapidamente se conclui que o
termo Dia das bruxas não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo essa
uma designação apenas dos povos de língua (oficial) portuguesa.
Outra hipótese é que a Igreja Católica ao
eliminar o dia de Martinho Lutero, que foi o fundador da igreja protestante,
disse que a salvação é pela graça e não pela obra (indulgencias). Este dia
seria conhecido nos países de língua inglesa como Day of Martin Luther.
Essa designação perpetuou-se
e a comemoração do Halloween, levada até aos Estados Unidos pelos
emigrantes irlandeses no século
XIX,
ficou assim conhecida como "dia das bruxas", uma lenda histórica
A origem do Halloween traz
às tradições dos povos que habitaram a Gália e
as ilhas da Grã-Bretanha entre
os anos 600 a.C. e 800 d.C.,
embora com marcas das diferenças em relação às atuais abóboras ou da muita
famosa frase "doces ou travessuras",
exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente,
o Halloween não tinha relação com bruxas.
Era um festival do calendário celta
da Irlanda, o festival de Samhain,
celebrado entre 30 de
outubro e 2 de
novembro e marcava o fim do verão (samhain significa
literalmente "fim do verão").
A celebração do Halloween
tem duas origens que no transcurso da História foram se misturando:
A origem pagã do "dia
das bruxas" tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha
como objetivo dar culto aos mortos e à deusa YuuByeol (símbolo antigo da
perfeição celta). A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou
unindo a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou minguando com
o tempo. Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a
religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das
comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu
nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se
que as festividades do Samhan eram celebradas muito possivelmente entre os dias
5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de outono e o solstício de
inverno, no hemisfério norte). Eram precedidas por uma série de festejos que
duravam uma semana, e davam ao ano novo celta. A "festa dos mortos" era
uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para os cristãos
seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o
cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade
perfeita, onde não haveria fome nem dor. As festas eram presididas pelos
sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os
seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa
data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro
mundo.
Desde o século IV a Igreja
da Síria consagrava um dia para festejar "Todos os
Mártires". Três séculos mais tarde o Papa Bonifácio IV (†
615) transformou um templo romano dedicado a todos os deuses (Panteão)
num templo cristão e o dedicou a "Todos os Santos", a todos os
que nos precederam na fé. A festa em honra de Todos
os Santos, inicialmente era celebrada no dia 13 de maio, mas
o Papa Gregório III (†
741) mudou a data para 1 de novembro, que era o dia da dedicação da capela de
Todos os Santos na Basílica de São Pedro, em Roma. Mais tarde, no ano de 840,
o Papa Gregório IV ordenou
que a festa de Todos os Santos fosse celebrada universalmente. Como festa
grande, esta também ganhou a sua celebração vespertina ou vigília, que prepara
a festa no dia anterior (31 de outubro). Na tradução para o inglês, essa
vigília era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos),
passando depois pelas formas All Hallowed Evee "All Hallow
Een" até chegar à palavra atual "Halloween".
Se analisarmos o modo como o
Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens: só
restou uma alusão aos mortos, mas com um carácter completamente distinto do que
tinha ao princípio. Além disso foi sendo pouco a pouco incorporada toda uma
série de elementos estranhos tanto à festa de Finados como à de Todos os
Santos.
Entre os elementos
acrescidos, temos por exemplo o costume dos "disfarces", muito
possivelmente nascido na França entre os séculos XIV e XV. Nessa época a Europa
foi flagelada pela Peste Negra e a peste bubônica dizimou perto da metade da
população do Continente, criando entre os católicos um grande temor e
preocupação com a morte. Multiplicaram se as Missas na festa dos Fiéis Defuntos
e nasceram muitas representações artísticas que recordavam às pessoas a sua
própria mortalidade, algumas dessas representações eram conhecidas como danças
da morte ou danças macabras.
Alguns fiéis, dotados de um
espírito mais burlesco, costumavam adornar na véspera da festa de finados as
paredes dos cemitérios com imagens do diabo puxando uma fila de pessoas para a
tumba: papas, reis, damas, cavaleiros, monges, camponeses, leprosos, etc.
(afinal, a morte não respeita ninguém). Também eram feitas representações
cênicas, com pessoas disfarçadas de personalidades famosas e personificando
inclusive a morte, à qual todos deveriam chegar.
Na Idade Média, um costume
do Dia de Finados era o souling (de "soul", alma), em que crianças
iam pedindo pelas portas um bolo, o "bolo das almas", em troca do
qual fazia uma oração pelos familiares falecidos de quem lhes dava o bolo .
Essa tradição poderá ter evoluído para a tradição de pedir um doce, sob ameaça
de fazer uma travessura (trick or treat, "doce ou travessura"), que
teve possivelmente origem na Inglaterra, no período da perseguição protestante
contra os católicos (1500-1700). Nesse período, os católicos ingleses foram
privados dos seus direitos legais e não podiam exercer nenhum cargo público.
Além disso, foram lhes infligidas multas, altos impostos e até mesmo a prisão.
Celebrar a missa era passível da pena capital e centenas de sacerdotes foram
martirizados. Produto dessa perseguição foi a tentativa de atentado contra o
rei protestante Jorge I. O plano, conhecido como Gunpowder Plot
("Conspiração da pólvora"), era fazer explodir o Parlamento, matando
o rei, e assim dar início a um levante dos católicos oprimidos. A trama foi
descoberta em 5 de novembro de 1605, quando um católico converso chamado Guy
Fawkes foi apanhado guardando pólvora na sua casa, tendo sido enforcado logo em
seguida. Em pouco tempo a data converteu se numa grande festa na Inglaterra
(que perdura até hoje): muitos protestantes a celebravam usando máscaras e
visitando as casas dos católicos para exigir deles cerveja e pastéis,
dizendo-lhes: trick or treat (doce ou travessuras). Mais tarde, a
comemoração do dia de Guy Fawkes chegou à América trazida pelos primeiros
colonos, que a transferiram para o dia 31 de outubro, unindo a com a festa do
Halloween, que havia sido introduzida no país pelos imigrantes irlandeses.
Vemos, portanto, que a atual festa do Halloween é produto da mescla de muitas
tradições, trazidas pelos colonos no século XVIII para os Estados Unidos e ali
integradas de modo peculiar na sua cultura. Muitas delas já foram esquecidas na
Europa, onde hoje, por colonização cultural dos Estados Unidos, aparece o
Halloween enquanto desaparecem as tradições locais.
E eu até tenho um grande
amigo que, carinhosamente, me chama de “bruxinha”.
E também coleciono figuras
de bruxas e bruxinhas.
Mas… pronto!, não gosto do
Dia das Bruxas.
E ontem o novo governo tomou
posse, o XX Governo Constitucional.
Mas parece que este é um
governo a prazo, com os dias contados.
Mas há uma coisa que suscita
curiosidade: vocês sabem como o Cavaco anda sempre a invocar o “superior
interesse nacional”?
Pois bem, imagem que o
governo cai. Estão a ver o Cavaco convidar o António Costa para formar governo?
Pois, eu também não.
Sendo assim, o que acontece
depois? Um governo de gestão? Mas isso não vai ser mau para o país? E sendo
assim, onde fica o “superior interesse nacional”?
Mas não vamos fazer
futurologia.
Vamos esperar para ver.
E ouviram falar do novo
regime para a atribuição da pensão por invalidez (http://observador.pt/2015/10/27/pensao-invalidez-so-for-dependente-terceiros-tiver-esperanca-vida-tres-anos-vida/)?
É caso para se começar a
falar, em vez de “esperança de vida”, em “esperança de morte”.
Por hoje é tudo.
Até à próxima.