domingo, 28 de junho de 2015

O antes & o agora (28/06/2015)



Olá, como estão?


Não sei se repararam naquela notícia do semanário “Expresso”, acerca daquele questionário, espécie de “Quem quer ser diplomata” (http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-06-27-Acha-que-conseguia-chegar-a-diplomata--Faca-aqui-o-teste).
Quando eu li que só 22% dos alunos testados tinham obtido nota positiva, pensei que o teste devia ser mesmo muito difícil.
E quando vi que também podíamos fazer o mesmo teste, fique curiosa. Como eu adoro pôr-me à prova, confesso que fiquei mesmo muito curiosa: sempre queria ver o que saía dali…
Pois bem, acertei em 72% das respostas.
Nada mau, se me é permitida a imodéstia.
Quando respondi às questões, tive 4 tipo de respostas: as que sabia mesmo, as que tinha uma ideia mas não a certeza, as por exclusão de partes e aquelas que foram um completo tiro no escuro.
Sei que pode parecer que me estou a gabar, mas podem acreditar quando vos digo: não é esse o caso.
Eu realmente gosto de me testar, de pôr à prova.
Intelectualmente, bem entendido.
Lembro-me dum psiquiatra que consultei, quanto tive uma depressão: ele disse-me que a razão de eu trabalhar tanto o meu, vamos lá, lado intelectual, é que eu estava desesperadamente a tentar compensar a minha incapacidade física.
Percebem o que eu estou a dizer?...
Mas a verdade é que eu sempre fui assim.


Hoje apercebi-me duma coisa.
Quer dizer, eu não me apercebi, propriamente dizendo.
Porque, verdade seja dita, eu já sabia.
Acho mesmo que sempre soube.
Então, é assim: eu sou mesmo muito complicada. Complexa. Difícil.
Nunca fui de trato fácil e o facto de ser atáxica só acentuou ainda mais essa minha característica, pois ao mesmo tempo que a minha armadura exterior engrossou e endureceu, bem cá no fundo a minha sensibilidade agudizou e grita. Sempre. Bem alto e de forma ensurdecedora.
Sei que, por fora, pareço dura de roer.
Mas não é sempre assim.
Lembro-me de uma vez uma amiga minha me ter dito que eu, na verdade, tinha um coração de manteiga.
Ao que eu acrescentei: “Derretida”.

Sou cheia de contradições.
Por um lado não gosto de puxar galões e reclamar a autoria de algo, mas, pelo outro, gosto de ver quando o meu trabalho é reconhecido.
Por um lado sou muito reservada (há quem confunda essa reserva com antipatia), mas, pelo outro, gosto de ser acarinhada e me sentir integrada.
Acho que é por isso que um dos meus maiores sonhos é ter uma festa de aniversário-surpresa – que alguém tenha o trabalho de me organizar uma.
Por causa do que isso representa.
Compreendem o que eu quero dizer?...

Sabem, vou-vos contar um segredo: já fui vítima de bullying.
Quer dizer, à luz da realidade actual chama-se bullying, mas a altura chamava-se gozar.
Aliás, pelo que eu sei, o termo bullying deriva de bully, a palavra inglesa para “gozão”. Pelo menos, é esta a minha leitura.
Foi no 11.º ano – ano lectivo de 1986/87.
O meu annus horribilis.[1]
Ou seja, todas as partes envolvidas já tinham muito boa idade para saber o que andavam a fazer.
Quanto ao bullying em si, não foi físico.
Foi mais refinado, mais subtil.
Sei que me roubaram de toda a confiança e ainda hoje não sei se as manifestações físicas que então me assolaram eram apenas consequências psicológicas do que estava a acontecer, ou se já eram os primeiros sintomas da ataxia a revelarem-se.
Acho mesmo que nunca vou saber.
Mas quero acreditar que não – que uma coisa não teve nada a ver com a outra.


E como tristezas não pagam dívidas, fico por aqui.
Até uma próxima oportunidade.

  




[1] Annus horribilis – ano horrível, em latim.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

O ser & o sentir (26/06/2015)

Olá, como estão?


Com muita pena minha, amanhã, Sábado, não vou poder ir a Fátima, assistir ao lançamento do livro da (E)Lisa, “ELA – Essência de uma Princesa” (https://www.facebook.com/pages/Ela-Ess%C3%AAncia-de-uma-Princesa/383475358510816?fref=ts). Mas já reservei um exemplar e desejo que tudo corra pelo melhor e que seja um sucesso!
                                            
Mas vi a participação da (E)Lisa e da Inês no programa “A tarde é sua”, na TVI, ontem à tarde, onde falaram da amizade que as une, uma amizade a ferro & fogo, forjada na e pela doença da (E)Lisa.
E senti, de forma intensa, a raiva e revolta, a dor e mágoa, a confiança e reservas. Acima de tudo, pude sentir a força incomensurável da vontade da (E)Lisa.

E hoje de manhã, não tive a hipótese, infelizmente, de ver a participação da (E)Lisa e da Inês no programa “Agora nós”, na RTP1.
Mas já vi o vídeo!

Apesar de estar muito feliz pela amizade da (E)Lisa e da Inês – e estou mesmo!, podem acreditar que estou –, fiquei também um bocado sentida, triste.
Mas atenção, se esse sentimento me invadiu, ainda que momentaneamente, não foi por causa de alguém, entenda-se.
Fiquei sentida e triste, mais comigo mesma. Porque eu não tenho ninguém assim.
Mas também, e vamos lá a ser sinceros, a grande culpada… sou eu. Eu sempre fui reservada.
Por exemplo, quando eu escrevi o meu livro “Quando um burro fala, o outro baixa as orelhas” (Chiado Editora, 2010), eu não disse a ninguém que o estava a fazer. Os meus próprios pais, só o souberam quando eu recebi a prova. Outra diferença, é que no meu livro não há fotografias.
No entanto, não tenho vergonha de mim.
Se for preciso aparecer para falar sobre a doença, eu apareço.
Aliás, já o fiz várias vezes.
Já lutei pela divulgação das ataxias na linha da frente.
Agora, recuei.
Mas continuo a lutar.

Mas coisa curiosa, sempre que “dei a cara” para falar sobre a doença, foi mesmo sobre isso que falei: a doença.
Acho mesmo que nunca falei abertamente sobre mim e os meus sentimentos.
Ou, se falei, foi sempre de forma muito superficial.
É que, não sei se estão a ver, mas eu não sei falar de mim – tenho uma enorme dificuldade.
Prefiro escrever, sempre preferi.
Foi por isso que escrevi o meu livro “Quando um burro fala, o outro baixa as orelhas” (Chiado Editora, 2010), sobre a minha relação com a ataxia de Friedreich: para exorcizar os meus demónios.
Alias, a minha escrita, mesmo o meu trabalho de ficção, não é propriamente feliz.
Não acreditam?... Então, espreitem o meu outro blogue (http://aprocuradeumahistoria.blogspot.pt) e logo falamos.


Fico por aqui.
Até à próxima.









terça-feira, 23 de junho de 2015

Iniciativas & Promoções (23/06/2015)



Olá, como estão?


Ontem, vi no Facebook que no próximo dia 26/06/2015, Sexta-feira, se vai assinalar o Dia da Reclamação, uma iniciativa da MITHÓS Histórias Exemplares – Associação de Apoio à Multideficiência (https://www.facebook.com/mithos.multideficiencia?fref=ts).
Uma iniciativa de louvar e merecedora de todo o apoio, com a qual eu, enquanto portadora de deficiência motora, me identifico.
Não vou, porque não posso.
Mas apesar da minha ausência física, vou lá estar em espírito.


Onde eu espero poder ir no Sábado, 27/06/2015, é a Fátima, ao lançamento do livro “ELA – Essência de uma Princesa”, a história de Elisa Silva que, tal como eu, também tem ataxia de Friedreich.
Mas só vou saber se vou poder ir, no próprio dia.
O certo é que eu desejo à Elisa todo o sucesso do mundo.


Onde eu agora me meti, por assim dizer, foi no 27.º Campeonato Nacional de Escrita Criativa.
Sempre gostei de competir, mais do que contra os outros, contra mim própria; gosto de desafios e de me pôr à prova. E de, pelo caminho, ir aprendendo coisas novas.
Quem quiser ir lendo os trabalhos vencedores, jornada após jornada, pode ir consultando o blogue oficial da competição: http://campeonatoescritacriativa.blogspot.com.


Uma coisa que eu nunca soube fazer, foi autopromover-me.
Basta olhar para os meus blogues (este e outro, dedicado à ficção): praticamente não têm seguidores – aproveito esta oportunidade para vos pedir, encarecidamente, que se tornem seguidores dos mesmos, combinado?...
Também estou a criar uma página do Facebook dedicada a uma personagem fictícia, Lira – A Rapariga dos Cabelos Verdes (http://www.facebook.com/lira.araparigadoscabelosverdes). Mas esta ainda não está pronta: é um trabalho em curso.
Quando faço algo, nunca fiz questão de reclamar a autoria.
Prefiro antes deixar o meu trabalho falar por si.
Mas também não admito quando outros tentam reclamar essa mesma autoria só para eles.
Era só o que faltava…
Então, a César o que é de César e o seu a seu dono.


Fico por aqui.
Até uma próxima oportunidade.









quarta-feira, 10 de junho de 2015

Portugalidades (10/06/2015)




Olá, como estão?


Hoje assinala-se o Dia de Portugal, de Camões e duas Comunidades Portuguesas.

O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado a 10 de junho, é o dia em que se assinala a morte de Luís Vaz de Camões em 1580, sendo também este o dia dedicado ao Santo Anjo da Guarda de Portugal, protetor do país, comemorado com um feriado nacional.
Durante o Estado Novo, de 1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974, era celebrado como o Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses.

Origens
Na sequência dos trabalhos legislativos após a Proclamação da República Portuguesa de 5 de Outubro de 1910, foi publicado um decreto em 12 de Outubro estipulando os feriados nacionais. Alguns feriados foram eliminados, particularmente os religiosos, de modo a diminuir a influência social da igreja católica1 e laicizar o Estado.
Neste decreto ficaram consignados os feriados de 1 de JaneiroDia da Fraternidade Universal31 de Janeiro, que evocava a revolução falhada do Porto, e portanto foi consagrado aos mártires da República; 5 de OutubroDia dos heróis da República1 de Dezembro, o Dia da Autonomia (Restauração da Independência) e o Dia da Bandeira; e 25 de Dezembro, que passou a ser considerado o Dia da Família, laicizando a festa religiosa do Natal.1
O decreto de 12 de Junho dava ainda a possibilidade de os concelhos escolherem um dia do ano que representasse as suas festas tradicionais e municipais.
Com a entrada em vigor da Constituição de 1933, todas estas leis ficaram sem efeito.

Dia de Camões
Luís de Camões representava o génio da pátria na sua dimensão mais esplendorosa, significado que os republicanosatribuíam ao 10 de Junho, apesar de nos primeiros anos da república ser um feriado exclusivamente municipal. Com o 10 de Junho, os republicanos de Lisboa tentaram invocar a glória das comemorações camonianas de 1880, uma das primeiras manifestações das massas republicanas em plena monarquia.

Dia da Raça e Dia das Comunidades
O 10 de Junho começou a ser particularmente exaltado com o Estado Novo, o regime instituído em Portugal em 1933 sob a direcção de António de Oliveira Salazar. Foi a partir desta época que o dia de Camões passou a ser festejado a nível nacional. A generalização dessas comemorações deveu-se bastante à cobertura dos meios de comunicação social.1
Durante o Estado Novo, o 10 de Junho continuou sendo o Dia de Camões. O regime apropriou-se de determinados heróis da república, não no sentido laico que os republicanos pretendiam, mas num sentido nacionalista e de comemoração colectiva histórica e propagandística.1
Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça, este último epíteto criado por Salazar na inauguração do Estádio Nacional do Jamor em 1944. A partir de 1963, o 10 de Junho tornou-se numa homenagem às Forças Armadas Portuguesas, numa exaltação da guerra e do poder colonial.1 Com uma filosofia diferente, a Terceira República converteu-o no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em 1978. Desde o ano 2013 a comunidade autónoma da Extremadura espanhola festeja também este día.

Dia do Santo Anjo da Guarda de Portugal
A pedido do rei D. Manuel I de Portugal, o Papa Júlio II instituiu em 1504 a festa do «Anjo Custódio do Reino» cujo culto já seria antigo em Portugal. O pedido terá sido feito ao papa Leão X e este autorizou a sua realização no terceiro Domingo de Julho2 . A sua devoção quase desapareceu depois do séc. XVII, mas seria restaurada mais tarde, em 1952, quando mandada inserir no Calendário Litúrgico português por Pio XII, para comemorar o Dia de Portugal no 10 de Junho3 .
Terá surgido pela primeira vez na Batalha de Ourique, a mesma deu uma tal vitória às forças de D. Afonso Henriques sobre os invasores muçulmanos que deu a chance de autoproclamar-se Rei de Portugal.
Nas suas Memórias, a Irmã Lúcia contou ainda que, entre Abril e outubro de 1916, nas Aparições de Fátima, teria já aparecido um anjo aos três pastorinhos, por três vezes, duas na Loca do Cabeço e outra junto ao poço do quintal da casa dela, em Fátima (Ourém), convidando-os à oração e penitência, e afirmando ser o "Anjo de Portugal".



E não resisto a partilhar esta imagem, que um amigo me enviou e que visa o assunto do momento: a ida de Jesus para o Sporting.
Agora, ouvi dizer que foi o Benfica que criou esse subterfúgio do dinheiro, para o Jesus sair por vontade própria.
Se foi isso que aconteceu, acho que o Benfica agiu mal. Mais valia ser logo sincero e pôr as cartas na mesa.
Mas pelo que eu ouvi dizer, o novo treinador do Benfica (que tudo indica que vai ser o Rui Vitória) vai ganhar menos de metade do que o Jesus ganhava.
Portanto, o subterfúgio, se calhar até nem o era…


Por falar em subterfúgios, lembrei-me de uma coisa que eu abomino: subtilezas. É isso e eufemismos.
Eu sempre defendi: as coisas são para dizer e têm que ser chamadas pelos nomes.
Agora estou a lembrar-me duma história ilustradora disso mesmo:
Há já alguns anos, trabalhei num local onde faleceu uma das minhas colegas. Se bem que essa pessoa já andasse doente há bastante tempo, mesmo assim a sua morte foi inesperada.
Um dia, foi à empresa uma pessoa para falar com essa colega. Mas quem falou com essa pessoa foi outro colega.
Assim, quando essa pessoa pediu para falar com a entretanto falecida, o meu colega fez um ar pesaroso e disse: “Ela já não está entre nós”.
Ao que a pessoa respondeu: “Ah, não?... E foi para onde?... Para outra empresa?”


E vou ficando por aqui.
Até uma próxima oportunidade.




domingo, 7 de junho de 2015

Fuga para a frente (07/06/2015)




Olá, como estão?


Hoje vou atrever-me a falar aqui do assunto de que mais se tem falado nos últimos dias: a saída de Jorge Jesus de treinador do Benfica, para ir treinar o vizinho da 2.ª circular e eterno rival, o Sporting.
Primeiro que tudo, quero desde já esclarecer que sou benfiquista. Apenas não pertenço àquele grupo que gosta “de se armar” e de troçar de quem não partilha da minha preferência clubística. Não só porque acho de um extremo mau gosto e até mesmo desprezível, como “cá se fazem, cá se pagam”: nunca sabemos o dia de amanhã: tão depressa estamos na mó de cima, como estamos na mó de baixo.
Celebrar e enaltecer, por assim dizer, o meu benfiquismo, sim; agora, troçar e rebaixar as preferências dos outros, não.
Então, o Jorge Jesus saiu do Benfica.
Era um direito que lhe assistia: ao fim de 6 épocas no Benfica, onde conquistou 3 títulos de campeão nacional, pode perfeitamente ter achado que era altura de mudar de cenário.
Só não gostei da forma como o fez.
Se era verdade que ele já sabia que não queria ficar no Benfica, para quê encetar negociações com Luís Filipe Vieira (presidente do Benfica) para a renovação do contrato?
Não seria muito melhor dizer logo que não?
Podem vir com a história do dinheiro – em como o JJ queria mais dinheiro e o LFV estava com muito pouca vontade de abrir os cordões à bolsa –, mas eu (e falo só por mim) não acredito.
Eu sei que, oficialmente (mais ou menos…), é essa a razão: o JJ queria, o Benfica não estava para aí virado, o Sporting chegou-se à frente e o JJ deixou de aparecer nas reuniões com o Benfica. Desapareceu do mapa. Numa palavra, fugiu – pelo menos, é esta a ideia que tenho.
Agora, cá para mim, essa história do dinheiro é treta, uma desculpa do JJ para, vamos lá, justificar a sua saída do Benfica.
Porque, pelo menos na minha opinião, esta já era a ideia de JJ há bastante tempo. E mais uma vez volto a frisar: JJ estava no seu direito.
Mas, e isto é também a minha opinião, o Sporting não estava na mente de JJ. Não, cá para mim o alvo de JJ era o Porto.
Só que como o Sporting se chegou à frente…
Mas concordo plenamente com LFV quando diz que só fazem falta os que cá estão.
Agora falam em dois nomes para novo treinador do Benfica: Rui Vitória, do Guimarães e Marco Silva, ex-treinador do Sporting.
Pessoalmente, prefiro o Rui Vitória.
Sei que há um movimento a favor da contração de Marco Silva, mas… não sei, não… parece um bocado aquela história do “olho por olho, dente por dente”.


E agora parece que o José Sócrates vai ser libertado.
Libertado, quer dizer… Passar da prisão preventiva para prisão domiciliária.
Pelo menos, é essa a sugestão do Ministério Público.
Já o disse e volto a dizer, se ele realmente for culpado, que pague por isso.
Mas há uma coisa que me continua a fazer uma confusão dos diabos: como é que, à luz da prisão de Sócrates, o Ricardo Salgado continua cá fora, feliz e contente?


E por hoje fico por aqui.
Até uma próxima oportunidade.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

Coisas de criança (01/06/2015)



As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo.
Giacomo Leopardi



Olá, como estão?


Hoje assinala-se o Dia Mundial da Criança.

O Dia Mundial da Criança em Portugal é celebrado a 01 de Junho.
Nesta data, onde as crianças são o centro das atenções, organizam-se diversos eventos e atividades para as crianças, de forma a celebrar o Dia Mundial da Criança.
A data é celebrada em vários países, contudo a data de comemoração difere de país para país. Em Portugal, o Dia Mundial da Criança contempla atividades como desfiles e visitas escolares, leitura de textos, declamação de poemas, desporto, desenho, etc. As livrarias oferecem descontos em livros infantis, os parques de diversões e locais de festas para crianças enchem, entre outros. 
As Nações Unidas aprovaram a 20 de Novembro de 1959 a Declaração dos Direitos da Criança, proclamando os direitos das crianças de todo o mundo.

Frases do Dia Mundial da Criança
- A criança de hoje é o homem de amanhã.
- A semente do mundo é a criança.
- O melhor do mundo são as crianças.
- Não há nada mais puro do que o sorriso de uma criança.
- Que neste dia libertemos todos um pouco da nossa criança interior.

Poemas do Dia Mundial da Criança

Depus a máscara e vi-me ao espelho.
Era a criança de há quantos anos. 
Não tinha mudado nada... 
É essa a vantagem de saber tirar a máscara. 
É-se sempre a criança, 
O passado que foi 
A criança. 
Depus a máscara, e tornei a pô-la. 
Assim é melhor, 
Assim sem a máscara. 
E volto à personalidade como a um términus de linha. 
Álvaro de Campos

A Criança que pensa em fadas e acredita nas fadas 
Age como um deus doente, mas como um deus. 
Porque embora afirme que existe o que não existe 
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo, 
Sabe que existir existe e não se explica, 
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir, 
Sabe que ser é estar em algum ponto 
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer. 
Alberto Caeiro

Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.
Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.
Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.
Ruth Rocha


Declaração Universal dos Direitos da Criança
Declaração dos Direitos da Criança foi proclamada pela Resolução da Assembleia Geral 1386 (XIV), de 20 de Novembro de 1959.
Tem como base e fundamento os direitos a liberdade, estudos, brincar e convívio social das crianças que devem ser respeitadas e preconizadas em dez princípios.
Princípios
Ata da criação da Declaração dos Direitos da Criança - UNICEF
Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer excepção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição económica, nascimento ou outra condição, seja inerente à própria criança ou à sua família.
Princípio II - Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social.
A criança gozará de protecção especial e disporá de oportunidade e serviços a serem estabelecidos em lei e por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade
Princípio III - Direito a um nome e a uma nacionalidade.
A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.
Princípio IV - Direito a alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe.
A criança deve gozar dos benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, quanto à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.
Princípio V - Direito a educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente.
A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre de algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.
Princípio VI - Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade.
A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afecto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe.
Princípio VII - Direito a educação gratuita e ao lazer infantil.
O interesse superior da criança deverá ser o interesse director daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais.
A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.
A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade.
Princípio VIII - Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes.
A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber protecção e auxílio.
Princípio IX - Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho.
A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objecto de nenhum tipo de tráfico.
Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar sua saúde ou sua educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
Princípio X - Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universais e com plena consciência de que deve consagrar suas energias e aptidões ao serviço de seus semelhantes.


E por hoje fico por aqui.
Até uma próxima oportunidade.