quinta-feira, 31 de maio de 2018

Escolher (31/05/2018)


Olá, como estão?


Hoje vou matar dois coelhos com uma cajadada só: falar do que se passou no mês de Maio, de três eventos/acontecimentos, ao mesmo tempo que falo de escolhas.

E vou começar pelo fim, ou seja, a votação no parlamento para liberalização da eutanásia.
Nenhum projecto-lei (foram 4 apresentados a votação) foi aprovado, como é do conhecimento geral. O que ficou evidente foi a profunda divisão, quer na sociedade civil, quer no parlamento, sobre a matéria.
Eu, estou a ser muito sincera, juro que não percebo a razão: eu respeito quem é contra, mas o que aqui está em causa é, tão somente, a liberdade de escolha, o poder escolher – pelo menos, na minha perspectiva.
Uma pessoa pode ser contra e isso é perfeitamente legítimo, mas uma coisa é ter essa opinião, mas outra completamente diferente é sentir-se no direito de sujeitar qualquer um a essa opinião, independente da vontade do próprio e do que em que acredita. Sem qualquer tipo de consideração pelos outros. Isso é, desculpem a minha sinceridade, muito puro e simplesmente ditatorial. Até fascista.
Eu sou a favor: não só da liberalização, como da própria eutanásia.
E a mim a questão toca-me mais de perto, pois padeço de doença neurodegenerativa e quero poder escolher. Não estou a dizer que vou seguir essa via, mas vou querer ter essa liberdade, esse poder de escolha.
Àquelas pessoas que parecem ficar muito escandalizadas com a minha opinião e que logo se apressam a vir com os lugares-comuns do costume (“Não desistas”, “A ciência está sempre a avançar”, “Acredita que vão descobrir uma cura”), a minha primeira vontade é dar-lhes um valente par de sopapos. Porque se realmente gostam de mim e se preocupam comigo, têm que se tentar pôr no meu lugar, por mais difícil que isso possa ser e tentar aceitar esta minha posição.
Então aquela de “A ciência está sempre a avançar”, dá-me vontade de rir. Mesmo. Porque ao que julgo saber, entre uma qualquer descoberta em laboratório e a chegada do medicamento ao consumidor, vai, mais coisa menos coisa, cerca de 10 anos. E de nada vale a pena tapar o sol com a peneira. Ou estar com paninhos quentes.
Já agora, uma pequena pergunta a todos aqueles médicos que dizem estar a ir contra a sua consciência, ao proporcionar a morte: e ao proporcionarem o prolongamento da vida, ainda que isso só represente mais sofrimento, já está de acordo com a vossa consciência?
Há ainda aqueles médicos que evocam o juramento que fazem. Vai daí, fui ler o Juramento de Hipócrates (https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/o-novo-e-moderno-juramento-dos-medicos-e-de-hipocrates) e faço duas observações. Ou melhor, uma ressalva e uma questão.
RESSALVA: O juramento também deveria falar na qualidade de via do doente e não apenas na sua saúde e bem-estar.
QUESTÃO: Quando a vontade do doente entra em conflito com a consciência do médico, o que é que conta? E o que deve contar?

O segundo evento/acontecimento foi o casamento do príncipe Harry com a ex-actriz norte-americana Meghan Markle,
Já muita tinta correu e vai continuar a correr sobre esta união.
No que me toca, desejo-lhes a maior das felicidades: escolheram-se um ao outro e mais ninguém tem nada a ver isso.
Quanto ao casamento em si, achei-o bonito, mas foi só. Apesar de o achar comovente, como todos os verdadeiros casamentos devem ser, não o achei mais nada por aí além: não ao ponto de ficar embevecida. Pela televisão, o ambiente não me contagiou.
Do vestido da noiva, gostei. Aliás, é assim que eu gosto dos vestidos de noiva: simples.

Por último, o Festival da Eurovisão.
Eu não vi tudo, mas do pouco que vi, acho que foi esta a esta a classificação dos 5 primeiros:
1.º Israel
2.º Chipre
3.º Áustria
4.º Alemanha
5.º Itália
Já muito se falou da canção vencedora, mais mal do que bem. Eu já ouvi a canção de Israel e sinceramente não sei a razão de tanto falatório: é certo que é uma canção diferente, vanguardista. Mas também a associo ao movimento #MeToo, à luta contra o assédio sexual e à afirmação da mulher. Se calhar, sou a única a fazer esta associação.
Mas também vos digo: mil vezes a canção de Israel, à canção do Chipre. Ao ver a actuação do Chipre, sabe Deus porquê, só me lembrava da Beyoncé, nomeadamente do vídeo “Single ladies”.
Quanto à minha favorita, foi a canção da Itália.


Por hoje é tudo.
Até uma próxima oportunidade.









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