Olá, como estão?
Eu… mais ou menos.
Ando aqui às voltas com um
problemazito de saúde.
Nada de grave, mas mesmo
assim, tenho que ter cuidado.
As minhas convalescenças são
sempre assim: demoradas e complicadas.
Na minha última entrada aqui,
falei de fé, de uma fé que eu não tinha.
E é verdade: eu não tenho
essa fé… cega.
Não a sinto, não toma conta
de mim.
Mas isso não quer dizer que
eu não acredite.
Porque eu acredito.
Só não sei em quem… ou quê.
Acredito que alguém vela por
nós.
Fui educada no seio da religião
católica.
Fui baptizada, fiz a 1.ª
Comunhão e fui crismada (para quem não sabe, o Crisma é uma confirmação do
Baptismo).
E enquanto me senti bem e
reconfortada, como fazendo parte de algo maior, não houve problema.
Só que esse reconforto ia
passando a desconforto, à medida que me apercebia das diferenças radicais entre
o que eu defendia e o que a Igreja defendia.
Como o tal desconforto ia
crescendo, apoderando-se cada vez mais de mim, chegou a um ponto em que o mesmo
se tornou insuportável.
E abandonei a Igreja.
Abandonei-a, mas não lhe
virei costas.
Nem a Deus. Muito menos a
Deus.
Eu ainda rezo todas as
noites.
Digo uma pequena oração, mas
feita por mim, com palavras minhas.
Não gosto de rezar com as
palavras dos outros.
Se calhar, acredito mesmo em
Deus.
E com estas palavras, me
despeço.
Até uma próxima
oportunidade.
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