Olá, como estão?
Há dias li um comentário,
muito sábio e avisado, de um amigo, no Facebook.
Basicamente esse comentário
salientava a falta de união que teima em grassar entre a comunidade atáxica.
Enquanto atáxica que sou,
foi com profunda e sentida tristeza que me vi obrigada a dar razão a esse
amigo.
Porque é verdade!
Quantas e quantas vezes não
vi já, nas páginas de grupos de apoio existentes no Facebook, comentários
absolutamente despropositados…
E quantas e quantas vezes
não mordi já a língua e refreei os meus dedos de digitar uma resposta tipo
“Cala-te e vai fazer alguma coisa por ti abaixo”.
Porque depois de me acalmar,
eu sei ver que aqueles comentários são fruto da frustração e desespero.
Frustração e desespero de
esperarem há anos por uma luz ao fundo do túnel e por continuarem a não a vislumbrar.
Que diacho!, também eu por
vezes me sinto assim.
Mas nunca fui de grandes
manifestações.
Mas uma das coisas que eu tenho
notado mesmo uma grande falta de união e, quiçá, desinteresse.
Não me entendam mal: eu não
estou a dizer que os atáxicos não querem uma solução para o seu problema.
Porque isso eles querem. Desesperadamente.
O que eu estou a dizer é que
eles não se unem e teimam em ficar cada um no seu canto.
E isso, permitam que o diga,
é um erro.
Quanto mais não seja, por
motivos práticos.
Porque não tenhamos ilusões:
a grande maioria das investigações na área das ataxias é
financiada pelas
associações de doentes. Mas são os sócios, com o pagamento das suas quotas, que
financiam estas últimas. Ou seja, em última análise, somos nós, enquanto sócios
pagantes, que financiamos as investigações.
Portanto, em vez de
esperarem e desesperarem sozinhos e isolados, unam-se. Associem-se. E poderão
assim encontrar uma outra família.
Em Portugal existe a APAHE –
Associação Portuguesa de Ataxias Hereditárias (http://www.apahe.pt.vu),
cujas portas estão sempre abertas e onde serás sempre bem-vindo.
Junta-te à APAHE e faz-te sócio!
E hoje assinala-se o Dia do
Trabalhador.
O Dia do Trabalhador ou Dia
Internacional dos Trabalhadores é celebrado anualmente no dia 1 de
Maio em numerosos países do mundo, sendo feriado em vários países.
No calendário litúrgico celebra-se a memória de São José Operário por
tratar-se do santo padroeiro dos trabalhadores.
Em 1886 teve lugar uma
manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago, nos EUA.
Essa manifestação tinha como
finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e
teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve
geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou
com uma escaramuça com a polícia e com a morte de três manifestantes. No
dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto
pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de
uma bomba por desconhecidos para o meio dos polícias que começavam a dispersar
os manifestantes matando um agente, na rixa que se seguiu sete outros
morreriam. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze
pessoas e ferindo dezenas. No seguimento cinco sindicalistas serão
condenados à morte e três condenados a pena perpétua. Estes acontecimentos
passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haimarcet.
Três anos mais tarde, no dia
20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em
Paris decidiu por proposta de convocar anualmente uma manifestação com o
objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º
de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de
1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela
polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve
para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a
Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia
internacional de reivindicação de condições laborais.
Em 23 de Abril de 1919 o
senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse
ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como
feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.
Apesar de até hoje os norte-americanos
se negarem a reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a
luta dos trabalhadores norte-americanos conseguiu que o Congresso aprovasse que
a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.
E por hoje fico-me por aqui.
Até uma próxima
oportunidade.
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