domingo, 19 de julho de 2015

(Des)Acordos (19/07/2015)

Olá, como estão?


Hoje, estou numa de me sentir agradecida.
Por tudo.
E por todos.
Pelo que já veio.
E pelo que está por vir.


Quem me conhece sabe bem que não subscrevo o Acordo Ortográfico: parece-me demasiado facilitismo.
Nas minhas coisas pessoais, não o sigo. Mas nas coisas ditas “oficiais” (por ex., as da APAHE, entidade com a qual colaboro), sigo.
E não resisto a partilhar aqui um pequeno texto sobre o Acordo Ortográfico:

“ ACORDO ORTOGRÁFICO - JOSÉ MANUEL FERNANDES
 Tem-se falado muito do Acordo Ortográfico e da necessidade de a língua evoluir no sentido da simplificação, eliminando letras desnecessárias e
acompanhando a forma como as pessoas realmente falam .
Sempre combati o dito Acordo mas, pensando bem, até começo a pensar que este peca por defeito. Acho que toda a escrita deveria ser repensada, tornando-a
mais moderna, mais simples, mais fácil de aprender pelos estrangeiros .
Comecemos pelas consoantes mudas: deviam ser todas eliminadas .
É um fato que não se pronunciam .
Se não se pronunciam, porque ão-de escrever-se ?
O que estão lá a fazer ?
Aliás, o qe estão lá a fazer ?
Defendo qe todas as letras qe não se pronunciam devem ser, pura e simplesmente, eliminadas da escrita já qe não existem na oralidade .
Outra complicação decorre da leitura igual qe se faz de letras diferentes e das leituras diferentes qe pode ter a mesma letra .
Porqe é qe "assunção" se escreve com "ç" "ascensão" se escreve com "s" ?
Seria muito mais fácil para as nossas crianças atribuír um som único a cada letra até porqe, quando aprendem o alfabeto, lhes atribuem um único nome.
Além disso, os teclados portugueses deixariam de ser diferentes se eliminássemos liminarmente o "ç" .
Por isso, proponho qe o próximo acordo ortográfico elimine o "ç" e o substitua por um simples "s" o qual passaria a ter um único som .
Como consequência, também os "ss" deixariam de ser nesesários já qe um "s" se pasará a ler sempre e apenas "s" .
Esta é uma enorme simplificasão com amplas consequências económicas,designadamente ao nível da redusão do número de carateres a uzar.
Claro, "uzar", é isso mesmo, se o "s" pasar a ter sempre o som de "s" o som "z" pasará a ser sempre reprezentado por um "z" .
Simples não é? se o som é "s", escreve-se sempre com s. Se o som é "z" escreve-se sempre com "z" .
Quanto ao "c" (que se diz "cê" mas qe, na maior parte dos casos, tem valor de "q") pode, com vantagem, ser substituído pelo "q". Sou patriota e defendo a língua portugueza, não qonqordo qom a introdusão de letras estrangeiras.
Nada de "k" .Ponha um q.
Não pensem qe me esqesi do som "ch" .
O som "ch" será reprezentado pela letra "x".
Alguém dix "csix" para dezinar o "x"? Ninguém, pois não ?
O "x" xama-se "xis".
Poix é iso mexmo qe fiqa .
Qomo podem ver, já eliminámox o "c", o "h", o "p" e o "u" inúteix, a tripla leitura da letra "s" e também a tripla leitura da letra "x" .
Reparem qomo, gradualmente, a exqrita se torna menox eqívoca, maix fluida, maix qursiva, maix expontânea, maix simplex .
Não, não leiam "simpléqs", leiam simplex .
O som "qs" pasa a ser exqrito "qs" u qe é muito maix qonforme à leitura natural .
No entanto, ax mudansax na ortografia podem ainda ir maix longe, melhorar qonsideravelmente .
Vejamox o qaso do som "j" .
Umax vezex excrevemox exte som qom "j" outrax vezex qom "g"- ixtu é lójiqu?
Para qê qomplicar ? ! ?
Se uzarmox sempre o "j" para o som "j" não presizamox do "u" a segir à letra "g" poix exta terá, sempre, o som "g" e nunqa o som "j" .
Serto ?
Maix uma letra mud a qe eliminamox .
É impresionante a quantidade de ambivalênsiax e de letras inuteix qe a língua portugesa tem !
Uma língua qe tem pretensõex a ser a qinta língua maix falada do planeta, qomo pode impôr-se qom tantax qompliqasõex ?
Qomo pode expalhar-se pelo mundo, qomo póde tornar-se realmente impurtante se não aqompanha a evolusão natural da oralidade ?
Outro problema é o dox asentox.
Ox asentox só qompliqam !
Se qada vogal tiver sempre o mexmo som, ox asentox tornam-se dexnesesáriox .
A qextão a qoloqar é: á alternativa ?
Se não ouver alternativa, pasiênsia.
É o qazo da letra "a" .
Umax vezex lê-se "á", aberto, outrax vezex lê-se "â", fexado .
Nada a fazer.
Max, em outrox qazos, á alternativax .
Vejamox o "o": umax vezex lê-se "ó", outrax lê-se "u" e outrax, lê-se "ô" .
Seria tão maix fásil se aqabásemox qom isso !
qe é qe temux o "u" ?
Se u som "u" pasar a ser sempre reprezentado pela letra "u" fiqa tudo tão maix fásil !
Pur seu lado, u "o" pasa a suar sempre "ó", tornandu até dexnesesáriu u asentu.
Já nu qazu da letra "e", também pudemux fazer alguma qoiza : quandu soa "é", abertu, pudemux usar u "e" .
U mexmu para u som "ê" .
Max quandu u "e" se lê "i", deverá ser subxtituídu pelu "i" .
I naqelex qazux em qe u "e" se lê "â" deve ser subxtituidu pelu "a" .
Sempre. Simplex i sem qompliqasõex .
Pudemux ainda melhurar maix alguma qoiza: eliminamux u "til"
subxtituindu, nus ditongux, "ão" pur "aum", "ães" - ou melhor "ãix" - pur
"ainx" i "õix" pur "oinx" .
Ixtu até satixfax aqeles xatux purixtax da língua qe goxtaum tantu de
arqaíxmux.
Pensu qe ainda puderiamux prupor maix algumax melhuriax max parese-me qe exte breve ezersísiu já e sufisiente para todux perseberem qomu a
simplifiqasaum i a aprosimasaum da ortografia à oralidade so pode trazer vantajainx qompetitivax para a língua purtugeza i para a sua aixpansaum nu
mundu .
Será qe algum dia xegaremux a exta perfaisaum ?...


I porqe naum?...

.
Ainda outro acordo, mas não ortográfico: o tal acordo para o 3.º resgate para a Grécia.
Foi difícil e suado, mas lá se conseguiu.
Agora, na própria Grécia, já há muita contestação ao Tsipras.
Por ele ter, no entender de alguns, capitulado perante os credores.
Mas, na minha opinião, o grande pecado (chamemos-lhe assim) de Tsipras foi o de ter prometido o que não sabia se podia cumprir.
Se até fez um referendo…
E, esta é só a minha opinião, transmitiu uma imagem demasiado arrogante e sobranceira nos contactos com os seus parceiros europeus.
Atenção, também não estou a defender que devia ter sido subserviente. Nada disso.
Mas assim…
Vocês conhecem aquele provérbio: “Entrada de leão, saída de sendeiro”?
Pois, foi mais ou menos o que aconteceu aqui… Pelo menos, na minha opinião…
Há vozes que dizem que o acordo alcançado em nada é benéfico para a economia grega, pois ao invés de a estimular, proporcionando o tão necessário crescimento económico, só a vai estrangular ainda mais.
Pode muito bem ser.
Como eu não percebo nada de economia (pelo menos, a macro), deixo esse assunto para os especialistas.
Mas há uma coisa que me faz uma confusão do caraças: uma das medidas que o Tsipras disse que ia tomar, era a reforma do sistema fiscal.
Mas isso, mesmo certo, não tinha ainda sido feito?
Então, mas a Grécia não teve uma Troika, de três em três meses, a “melgar-lhes” o juízo, avaliando as medidas já tomadas e autorizando o próximo financiamento?
Se sim, a Troika também deve ter alguma culpa no cartório… pelo menos, na minha leitura da situação.


Ainda por causa da Grécia, lembram-se do Passos Coelho ter puxado dos galões e ter vindo a público dizer que tinha sido dele a ideia que permitiu desbloquear o impasse e alcançar-se um acordo para a Grécia?
Pois para o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a ideia partiu do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, via SMS.
Então, no que é que ficamos?
(Não que isso tenha grande interesse… Mas já agora, gostava de saber quem está a mentir.)


Por último, toda aquela lamentável chinfrineira acerca da mulher do Passos Coelho.
Sou só eu, ou vocês também acharam aquela história toda um disparate pegado, uma coisa sem pés nem cabeça?
E todos aqueles que se atreveram a criticar a Senhora por aparecer em público da forma corajosa que apareceu, assumindo sem falsos pudores o momento difícil por que está a passar, essa gentalha, corja, sei lá mais o quê… deviam era rastejar para debaixo da pedra de onde vieram.
Eu não gosto do Passos Coelho, mas acusá-lo de aproveitamento político?
Essa gente anda a ver telenovelas a mais.
E mesmo que o fosse, era com autorização dela. Portanto ninguém tem nada a ver com isso.
Como li nas afirmações dum acho que sociólogo, aquela imagem, quando muito, poderá humanizar a imagem do primeiro-ministro. Não vai baixar o desemprego, nem aumentar os salários.
Então, para quê aquele barulho asqueroso?
Ou não confiam na capacidade dos portugueses para pensarem por si próprios e tirarem as suas próprias conclusões?
É que, com aquela faladração toda, parecia mesmo que estavam a passar um atestado de pouca inteligência aos cidadãos portugueses.
Não se sentiram ofendidos?
Eu sei que senti.


E por hoje é tudo.

Até uma próxima oportunidade.




Sem comentários:

Enviar um comentário