Olá.
É aqui a “je” outra vez.
Como estão?
Eu… mais ou menos.
Quero aqui esclarecer um
ponto muito importante, antes de mais nada: como já se devem ter apercebido,
neste blogue não vou falar só de ataxia.
Não, isso recuso.
Veementemente.
Porque a minha vida, a minha
existência, não se resume só à ataxia.
Sim, eu sou atáxica, sim, eu
tenho ataxia de Friedreich, sim eu tenho uma doença rara e altamente
incapacitante, mas recuso-me a olhar para mim como uma pessoa doente.
Percebem?
Eu existo, para além da ataxia.
A ataxia não é a minha vida:
a ataxia também faz parte da minha vida.
Não sei se me estão a
compreender…
É claro que eu também tenho
alturas em que me sinto mesmo em baixo, a chafurdar na lama, para não dizer
pior.
Especialmente naquelas
alturas em que eu quero fazer uma coisa, a minha cabeça manda, mas o meu corpo
não responde: é tão frustrante! Dá vontade de gritar! E às vezes grito mesmo!
Quanto mais não seja, pelo bem que me faz à alma.
O que também me frusta é o
de estar sempre a pedir, quando preciso de alguma coisa, e o de ter que esperar
que nos possam ajudar. Ou seja, a constante dependência.
Isso, tira-me um do sério.
Mas não tenho vergonha de
mim – a isso, eu recuso-me!!!
Mudando de assunto, não sei
se viram ontem a intervenção do Paulo Portas no evento do CDS-PP, em Peniche.
Houve uma coisa que me danou
mesmo: quando ele se referiu à saída da equipa do Vítor Bento do Novo Banco,
como não tendo em conta os interesses nacionais.
Mas quem é que ele julga que
é pensa que é para falar no interesse nacional, depois daquela palhaçada que se
lembrou de protagonizar o ano passado?
Sim, porque eu ainda me
lembro.
Daquela história do
“irrevogável”…
Eu até me dei ao trabalho de
ir ver ao Dicionário de Língua Portuguesa: Irrevogável
(Lat. Irrevocabile), adj. Que não se pode revogar ou anular.
(Dicionários Domingos
Barreira, Dicionário da Língua Portuguesa, 4.ª edição, Fernando J. da Silva,
Editorial Domingos Barreira, Porto, 1984, Página 934)
Ou seja, lembrou-se de dar
um novo significado a uma palavra do dicionário.
Coisas que acontecem…
Isto também me tira do
sério: o supremo prazer que a nossa classe política parece ter em passar-nos
constantes atestados de incapacidade.
Bom, é verdade que já lá diz
o ditado: cada um tem o que merece.
Se calhar só temos a classe
política que merecemos…
Bom, por hoje é tudo.
Despeço-me, até á próxima.
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