quinta-feira, 23 de outubro de 2014

23-10-2014





Olá, como estão?

Sinto-me cansada, exausta.
Sem poder com uma gata pelo rabo, como diz o outro.

Ontem de manhã, sem nenhuma razão aparente, lembrei-me do “Rapazinho do Vale”.
E o “Rapazinho do Vale”… sou eu.
Ou melhor, era.
Eu tinha 19 anos e estava a trabalhar no IEFP – Centro de Emprego de Santarém, ao abrigo do OTJ – Ocupação Temporária de Jovens.
Na altura eu tinha o cabelo pelos ombros e nesse Verão cortei-o bem curto.
E um colega de então começou a chamar-me “Rapazinho do Vale”.

Vem ai o Halloween, o Dia das Bruxas.
É já no fim do mês.
Mas, não vou mentir, este dia irrita-me.
Sobremaneira.
É que, estão a ver, este dia nunca foi uma tradição nossa.
A tradição portuguesa sempre se cumpriu no dia a seguir, no dia 01 de Novembro, Dia de Todos os Santos: também se ia de porta a porta, mas era para pedir (pelo menos na minha zona) o “pão por Deus”.
Eu própria cheguei a cumprir essa tradição, por várias vezes.
Qual “trick or treat” (doce ou travessura), qual carapuça…
Chega-se a esta altura do ano e só se vê é abóboras, bruxas, morcegos e mais que tais.
Tretas!!!
Mas o que mais me impressiona passa-se nas escolas: os próprios professores (a grande maioria, pelo menos…) encorajam os alunos a adoptar e a celebrar uma festividade sem qualquer relação com o nosso país, ao invés de lutar pelos nossos costumes, pelas tradições portuguesas.
E se são indicações do próprio Ministério da Educação e Cultura, pior ainda.
Muito mais grave é.

Hoje dei por mim a pensar no Ulisses.
Sim, esse mesmo: o da Guerra de Troia, na Grécia Antiga. O rei de Ítaca.
È que, salvo as devidas distâncias, ambos tivemos verdadeiras odisseias.
Enquanto que  a dele demorou 10 anos (tempo da viagem de regresso a casa), a minha demorou 8 anos (tempo que demorou das minhas primeiras queixas até ao diagnóstico final).
Ambos combatemos monstros (cada um da sua maneira) e andámos em territórios desconhecidos.
Ele encontrou paz quando finalmente chegou a Ítaca, eu quando finalmente tive o meu diagnóstico.

Hoje alguém me disse que viu a notícia que determinado laboratório farmacêutico está muito perto de produzir uma vacina contra o Ébola.
É claro que isto é uma muito boa notícia.
Mas…
Sou só eu a achar uma tremenda coincidência só agora aparecerem estas notícias, quando o vírus chegou aos EUA e à Europa?

Li que o Primeiro-ministro francês veio com a invenção de querer que o Partido Socialista mude de nome.
Ó messa, a mim sempre me ensinaram que quem está mal que se mude.
E se o Sr. Manuel Valls se sente realmente desconfortável com a nomenclatura do partido de que ele faz parte (nomenclatura, aliás, que sempre teve), porque é que ele não se limita a sair e funda um partido novo, com uma nomenclatura que ele ache mais apropriada?
E se houverem mais da mesma opinião, que o sigam.
Mas isso, é claro, implicaria deixar de ser o Primeiro-ministro francês…
Ou estou enganada?

E com isto, me despeço.






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