Olá, como estão?
Sinto-me cansada, exausta.
Sem poder com uma gata pelo
rabo, como diz o outro.
Ontem de manhã, sem nenhuma
razão aparente, lembrei-me do “Rapazinho do Vale”.
E o “Rapazinho do Vale”… sou
eu.
Ou melhor, era.
Eu tinha 19 anos e estava a
trabalhar no IEFP – Centro de Emprego de Santarém, ao abrigo do OTJ – Ocupação
Temporária de Jovens.
Na altura eu tinha o cabelo
pelos ombros e nesse Verão cortei-o bem curto.
E um colega de então começou
a chamar-me “Rapazinho do Vale”.
Vem ai o Halloween, o Dia
das Bruxas.
É já no fim do mês.
Mas, não vou mentir, este
dia irrita-me.
Sobremaneira.
É que, estão a ver, este dia
nunca foi uma tradição nossa.
A tradição portuguesa sempre
se cumpriu no dia a seguir, no dia 01 de Novembro, Dia de Todos os Santos:
também se ia de porta a porta, mas era para pedir (pelo menos na minha zona) o
“pão por Deus”.
Eu própria cheguei a cumprir
essa tradição, por várias vezes.
Qual “trick or treat” (doce
ou travessura), qual carapuça…
Chega-se a esta altura do
ano e só se vê é abóboras, bruxas, morcegos e mais que tais.
Tretas!!!
Mas o que mais me
impressiona passa-se nas escolas: os próprios professores (a grande maioria,
pelo menos…) encorajam os alunos a adoptar e a celebrar uma festividade sem
qualquer relação com o nosso país, ao invés de lutar pelos nossos costumes,
pelas tradições portuguesas.
E se são indicações do
próprio Ministério da Educação e Cultura, pior ainda.
Muito mais grave é.
Hoje dei por mim a pensar no
Ulisses.
Sim, esse mesmo: o da Guerra
de Troia, na Grécia Antiga. O rei de Ítaca.
È que, salvo as devidas
distâncias, ambos tivemos verdadeiras odisseias.
Enquanto que a dele demorou 10 anos (tempo da viagem de
regresso a casa), a minha demorou 8 anos (tempo que demorou das minhas
primeiras queixas até ao diagnóstico final).
Ambos combatemos monstros
(cada um da sua maneira) e andámos em territórios desconhecidos.
Ele encontrou paz quando
finalmente chegou a Ítaca, eu quando finalmente tive o meu diagnóstico.
Hoje alguém me disse que viu
a notícia que determinado laboratório farmacêutico está muito perto de produzir
uma vacina contra o Ébola.
É claro que isto é uma muito
boa notícia.
Mas…
Sou só eu a achar uma
tremenda coincidência só agora aparecerem estas notícias, quando o vírus chegou
aos EUA e à Europa?
Li que o Primeiro-ministro
francês veio com a invenção de querer que o Partido Socialista mude de nome.
Ó messa, a mim sempre me
ensinaram que quem está mal que se mude.
E se o Sr. Manuel Valls se sente
realmente desconfortável com a nomenclatura do partido de que ele faz parte
(nomenclatura, aliás, que sempre teve), porque é que ele não se limita a sair e
funda um partido novo, com uma nomenclatura que ele ache mais apropriada?
E se houverem mais da mesma
opinião, que o sigam.
Mas isso, é claro,
implicaria deixar de ser o Primeiro-ministro francês…
Ou estou enganada?
E com isto, me despeço.
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