sexta-feira, 28 de novembro de 2014

28-11-2014





Olá, como estão?


Hoje, ainda não há vídeo.
Há antes uma imagem alusiva à quadra que se aproxima a passos largos: o Natal.


Sempre gostei muito desta quadra, mas não vou mentir: já a apreciei muito mais.
Adorava perder-me nos sons, cores e cheiros da quadra.
Adorava ver as montras, todas enfeitadas, a tentar descortinar o que ia oferecer.
É que, estão a ver, eu adoro, na verdade amo de paixão, dar.
Eu sei que isto pode parecer um bocado cliché, mas é mesmo verdade.
E quem me conhece sabe que assim é.
Mas não basta, pelo menos para mim, só pensar no destinatário.
Não, também tenho que pensar em mim.
Posso estar a ser muito egoísta, mas para mim dar é um acto de prazer, que tem que ser partilhado.
Ou seja, eu também tenho que gostar do que estou a oferecer.
A contas disso, eu penso e repenso nas minhas ofertas.
Muitas vezes, meses antes.
Mas eu dantes realmente adorava toda aquela azáfama.
E ainda adoro, mas já não da mesma maneira.
Agora, como já estou numa cadeira de rodas como consequência da minha ataxia, já não vou ver as montras.
Ou melhor, vejo, mas em centros comerciais, onde há condições para a cadeira andar.
Ou então, na Internet.
Mas não é a mesma coisa.


Agora, não se fala de outra coisa.
Para onde quer que me volte, a conversa é sempre a mesma: José Sócrates, José Sócrates, José Sócrates…
Oh pá, parem lá com isso, que já enjoa…
Mas mesmo certo o país é só o José Sócrates?
Eu já o disse e volto a dizer: se ele for realmente culpado, que pague pelo que fez.
Mas ao mesmo tempo, penso…
…O Ricardo Salgado (BES e GES) não fez muito pior? E porque é que ele ainda está cá fora?...


Por último, um poema de Fernando Pessoa, com o qual muito me identifico.

Dizem que Finjo ou Minto

Dizem que finjo ou minto 
Tudo que escrevo Não. 
Eu simplesmente sinto 
Com a imaginação. 
Não uso o coração. 

Tudo o que sonho ou passo, 
O que me falha ou finda, 
É como que um terraço 
Sobre outra coisa ainda. 
Essa coisa é que é linda. 

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé, 
Livre do meu enleio, 
Sério do que não é, 
Sentir, sinta quem lê! 

(este poema foi retirado da página da Internet: http://www.citador.pt/poemas/dizem-que-finjo-ou-minto-fernando-pessoa)


E é com esta nota, que me despeço.


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