Olá, como estão?
Hoje também ainda não há
vídeo.
Há antes outra imagem
alusiva ao Natal.
E por falar em Natal…
Claro está que falar em
prendas era inevitável.
E lembro-me sempre daquelas
pessoas que só dão dinheiro.
Eu, confesso que não sou
adepta.
Quer dizer, eu reconheço a
funcionalidade da coisa: assim, o destinatário pode gastar o dinheiro como bem
quiser ou, antes pelo contrário, comprar o que mais lhe faz falta.
Mesmo assim.
No meu entender, quando
estou a presentear alguém, estou também a dar algo de mim.
E estou a mostrar o meu
interesse nessa pessoa, a minha vontade e o meu esforço em conhece-lo/a.
Dar dinheiro, para mim, é
frio, impessoal.
E preguiçoso.
Está bem, podem-me chamar de
forreta.
Se isso vos faz felizes…
Só há uma situação onde eu
admito dar dinheiro: em casamentos.
Não estou a ser coerente?
Não há problema.
Não é para os outros que
tenho que ser coerente: é antes para mim.
Antes de me ir embora, faço
questão de aqui vos deixar outro poema de Fernando Pessoa:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
27/11/1930
Até uma próxima oportunidade.
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