segunda-feira, 18 de maio de 2015

Bolas e mitos (18/05/2015)

Olá, como estão?


Ontem o Benfica sagrou-se campeão nacional de futebol, época 2014/2015.
Foi o 34.º quarto título.
E vamos lá por partes: eu até sou adepta do Benfica e é claro que fiquei contente com esta vitória (no campeonato, porque na jornada, a 33.ª, o Benfica empatou com o Guimarães, mas beneficiou do empate do Porto com o Belenenses).
Mas convém não exagerar.
Eu estou a falar dos serviços noticiosos televisivos, mais concretamente do Jornal da Noite de ontem, às 20h00, no canal SIC.
É que só deu Benfica…
Mas mesmo certo, ontem, não aconteceu mais nada digno de interesse, por esse mundo fora?...
Por um lado, era muito bom que assim fosse, mas por outro, sei que não foi esse o caso.
Podem argumentar que as outras notícias foram apresentadas no canal de notícias, no caso a SIC Notícias, um canal por cabo.
E eu contra-argumento: e quem não tem televisão por cabo?
Eu até tenho, mas o que não falta são pessoas que ainda não têm.


Tem-se falado muito no caso de Salvaterra de Magos, no caso do jovem de 14 anos barbara e violentamente assassinado através de agressões repetidas com uma barra de ferro por, alegadamente, motivos total e completamente fúteis – parece que o já confesso homicida pretendia roubar a roupa, dita de marca, da vítima.
E muito se tem escrito, nas redes sociais, sobre como o que homicida merecia que lhe fizessem o mesmo ou pior.
Pessoalmente, sou obstinadamente contra a pena de morte.
Acima de tudo, porque a acho uma suprema hipocrisia – se é errado matar, quem somos nós para fazer exactamente o mesmo?
E não é só.
A pena de morte é demasiado… definitiva.
Em acabando, está acabado.
E a pessoa que cometeu o crime te que sentir as consequências do seu crime.
Também não é de tortura gratuita que falo.
 Como posso explicar?...
… Olhem, conhecem o mito grego de Prometeu?

Lenda do Gigante Prometeu
Diz a lenda que quando os deuses criaram o céu e a terra, com todas as plantas e animais, chegou à terra o gigante Prometeu ("aquele que pensa antes"), descendente dos Titãs, destronados por Zeus. Prometeu, com um pouco de argila e água, criou o homem à imagem dos deuses para que reinasse sobre a terra. Das almas dos animais escolheu algumas características que juntou à sua obra. Atena, a deusa da sabedoria, impressionada, insuflou no homem o espírito. Pouco depois os primeiros seres humanos começaram a multiplicar-se na terra, mas faltava-lhes as informações sobre a sua subsistência e sobre os assuntos divinos. Por esta razão, Prometeu ensinou aos homens todos os segredos da agricultura, da pesca, do comércio, da profecia, da astronomia e de tudo o que era necessário ao desenvolvimento da humanidade. Mas ainda lhes faltava o dom do fogo, que Zeus tinha negado aos homens. Então, Prometeu apanhou um ramo e aproximando-o do sol incendiou-o e trouxe o fogo à terra. Contrariado, Zeus arquitetou a sua vingança ordenando que se fizesse uma estátua de uma linda mulher, que os deuses dotaram de muitas qualidades, e a quem chamou Pandora, "a que tem todos os dons". Zeus pediu a cada um dos deuses que criassem um malefício e guardou-os a todos numa caixa que Pandora levava nas mãos. Zeus tencionava unir Pandora a Epimeteu ("o que pensa depois"), irmão de Prometeu, e ordenou a Hermes que conduzisse Pandora à Terra até junto de Epimeteu. Diante dele, ela abriu a caixa dos malefícios que se espalharam por toda a Terra, enchendo-a de dor e de doença. Pandora fechou a caixa rapidamente, antes que se escapasse o único benefício que esta continha: a esperança.
Tinha chegado a hora de Zeus castigar Prometeu, mandando Hefesto e os seus servos Crato ("o poder") e Bia ("a violência") acorrentar o gigante a um despenhadeiro do Monte Cáucaso. Mandou depois uma águia devorar-lhe o fígado, que, por ser imortal, se
regenerava continuamente, causando-lhe um grande sofrimento. O seu tormento prolongou-se por centenas de anos até que Hércules, com o consentimento de Zeus, matou a águia com uma pedra e libertou Prometeu das correntes. É então que Prometeu revela a Zeus uma profecia: se Zeus continuasse com os seus amores com Tétis, deles nasceria um filho que o destronaria. Assim sendo, Zeus abandonou Tétis, que casou com o mortal Peleu. Entretanto, Prometeu tornou-se imortal ao trocar o destino com o centauro Chiron e ocupou o seu lugar no Olimpo, para grande alegria do povo de Atenas, que via em Prometeu o grande benfeitor da humanidade, patrono das artes e das ciências.’

Sempre adorei mitologia grega e lembro-me que quando ouvi este mito, pela 1.ª vez (era ainda criança), confesso que me surpreendi com a revelação súbita de como os Deuses do Olimpo podiam ser tão mesquinhos e vingativos.


Fico por aqui.
Até uma próxima oportunidade.


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